A acusação falsa de antissemitismo
Criticar as posições do partido de esquerda La France Insoumise, suas escolhas estratégicas, suas trapalhadas ou seus arroubos tem lugar no debate democrático. Propagar a imputação infamante e mentirosa de que a formação e seu fundador seriam “antissemitas” é, no entanto, expressão de um desejo de destruição. E seus efeitos políticos já se fazem sentir…
Em 7 de julho, a Nova Frente Popular (esquerda), composta de quatro partidos, conquistou 193 cadeiras de deputados em um total de 577, superando a coalizão presidencial (166 cadeiras) e o Rassemblement National (extrema direita) com seu aliado de direita (142). Dois meses depois, o presidente da República nomeava como primeiro-ministro Michel Barnier, oriundo de uma formação neoliberal e conservadora, Os Republicanos (LR, direita tradicional), que havia obtido 6,57% dos votos no primeiro turno e eleito 47 deputados na noite do segundo turno. Barnier governa com o apoio da extrema direita, contra quem as grandes formações (exceto o LR) haviam se coligado no dia 7 de julho, e com o apoio parlamentar do partido presidencial, perdedor incontestável da eleição. Essa dissonância entre o voto dos franceses e sua representação política tornou-se habitual: Barnier terá de seguir, como seus antecessores, a agenda europeia rejeitada por 54,7% dos eleitores no referendo constitucional…