A África dividida diante de Israel
As consequências territoriais das guerras de 1967 e 1973 entre Israel e países árabes levaram a maioria das nações africanas a apoiar a causa palestina. No entanto, desde o início do século XXI, Tel Aviv conseguiu multiplicar os acordos econômicos e de segurança no continente. Porém, o conflito desencadeado em 7 de outubro pode frear essa aproximação
Após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 e a resposta militar israelense em Gaza, a maioria das 54 chancelarias africanas permaneceu em silêncio. Quatro países – Togo, Quênia, República Democrática do Congo (RDC) e Senegal, todos parceiros econômicos e de segurança de Tel Aviv – condenaram no X (antigo Twitter) os massacres perpetrados pelo partido islâmico e seus aliados. Gana expressou um firme apoio a Israel em 12 de outubro de 2023, e Camarões enviou uma carta oficial de condolências em 8 de outubro. Djibuti, Comores, Somália, Mali, Níger, Argélia, Tunísia e Mauritânia, os únicos países do continente que não reconhecem Israel, reafirmaram seu apoio à causa palestina. Com a situação humanitária se deteriorando em Gaza, o Chade, que havia normalizado seus laços com Tel Aviv em 2019, foi o primeiro país africano a convocar, em 4 de novembro de 2023, seu encarregado de negócios para…