A corrida mundial pelo ouro
Em um quarto de século, o valor do ouro multiplicou por dez. Embora o caráter errático dos mercados financeiros não permita descartar uma possível queda da onça, as compras maciças dos bancos centrais, especialmente nos países do sul, sustentam os preços. Em segundo plano, surge a perspectiva de declínio definitivo do dólar norte-americano
Os agentes do mercado global de ouro se questionam: o preço da onça (31,104 gramas), que oscila em torno de US$ 2.800, sofrerá uma queda abrupta ou, pelo contrário, ultrapassará enfim o patamar simbólico dos US$ 3 mil? Para quem deseja especular ou proteger sua poupança, formular uma resposta exige, como sempre, recorrer aos mesmos fatores de avaliação. A situação geopolítica se deteriora desde o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos (fator de alta)? O valor do dólar está aumentando (fator de baixa)? Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), está preparando um aumento das taxas de juros (fator de baixa)? As incertezas são ainda maiores quando se lembra que, um ano antes, o metal amarelo valia apenas US$ 1.947 a onça, o que representa uma alta de 44%. Na realidade, além das previsões do mercado, é preciso considerar a questão global representada pela “relíquia bárbara”, termo…