A crise sem fim na Venezuela
Ao longo da última década, a Venezuela enfrentou todo tipo de disfunções internas e sofreu ingerências desestabilizadoras. O país da “revolução bolivariana” se consome. Por que a eleição presidencial de 28 de julho de 2024 não resolveu nada?
Caracas é um barulho. Na noite de 2 de setembro, o canto dos coquis, essas pequenas rãs que aparecem com as chuvas tempestuosas, toma conta da cidade, enquanto o presidente Nicolás Maduro abre o “encontro das cinco gerações”. Aquele cujo terceiro mandato (2025-2031) começará em 10 de janeiro de 2025 reúne uma plateia de militantes, intelectuais, militares, milicianos e dirigentes históricos do chavismo no salão Boyacá do palácio presidencial de Miraflores, situado no coração da capital. Forjado com base no nome de Hugo Chávez, presidente da Venezuela de 1999 até sua morte, em 2013, o chavismo reúne o conjunto das forças sociais, políticas e militares que constituem o movimento sociopolítico – fala-se aqui de “aliança cívico-militar” – que defende a “revolução bolivariana”. O Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), com seus 4 milhões de membros reivindicados (em uma população de cerca de 28 milhões), é hoje a força central desse…