A disputa pelo voto evangélico
Muitos passaram a tratar como automática a associação entre evangélicos e bolsonarismo. No entanto, podemos pensar: o que é verdade e o que é preconceito sobre a atuação dos evangélicos na política? Afinal, todo evangélico é conservador? O que explica o comportamento eleitoral desse grupo?
Nas eleições de 2018, segundo estimativa do demógrafo José Eustáquio Diniz, 69% dos evangélicos votaram em Jair Bolsonaro, tornando-se o segmento religioso que mais contribuiu para a eleição do atual presidente. Após essa constatação, o crescente discurso religioso de Bolsonaro e de outros membros do governo, e as alianças públicas de líderes evangélicos com o presidente, o grupo religioso passou a ser alvo privilegiado de atenção na sociedade e entre os analistas políticos, e muitos passaram a tratar como automática a associação entre evangélicos e bolsonarismo. No entanto, podemos pensar: o que é verdade e o que é preconceito sobre a atuação dos evangélicos na política? Afinal, todo evangélico é conservador? O que explica o comportamento eleitoral desse grupo? A heterogeneidade evangélica e suas rivalidades internas Um ponto importante para iniciar o debate é considerar a multiplicidade de experiências religiosas existentes sob a categoria “evangélicos”. Estamos falando, na verdade,…