A elite da extrema direita
A falta de quadros e a desconfiança dos meios econômicos têm frequentemente constituído um obstáculo para o partido da extrema direita francesa Reunião Nacional. Sua normalização nas questões fiscais, monetárias e europeias soa como um convite para a classe dirigente. Como ela está reagindo a isso?
As mitologias grega e romana oferecem um reservatório inesgotável de referências para quem deseja exibir seu domínio das humanidades clássicas. Em sua História de Roma desde sua fundação, Tito Lívio concede um lugar de destaque ao combate entre Horácios e Curiácios, respectivamente campeões de Roma e Alba na guerra travada entre as duas cidades entre 673 e 641 a.C. Para os primeiros, a pátria estava acima de tudo; eles estavam prontos para matar a irmã sob o pretexto de que ela teria se envolvido com o inimigo. Esse espírito de sacrifício faltava aos segundos, finalmente derrotados. Eles teriam, segundo a lenda, pecado por falta de virilidade. Em 2016, André Rougé – ex-executivo do conglomerado Bouygues que militou pelo Partido das Forças Novas (PFN), pelo Reunião pela República (RPR) e depois pelo Reunião Nacional (RN), do qual é deputado europeu – fundou os Horaces [Horácios]. Políticos, dirigentes empresariais, altos funcionários públicos…