A esquerda boliviana produziu seus próprios coveiros?
No poder desde 2006, o presidente boliviano, Evo Morales, vai disputar um quarto mandato em outubro. Suas políticas de redistribuição permitiram a emergência de uma classe média diversa. Porém, menos militantes do que no passado, essas parcelas da população não partilham necessariamente dos valores dos dirigentes a quem devem sua ascensão
Atrás do balcão de sua cozinha americana, Juan Pablo Reyes Aguilar e Diego Lionel Rodas Zurita desenvolvem o menu do dia de seu restaurante: lawa de chuño, uma sopa de batatas desidratadas, e charque frito, carne de lhama seca e salgada. Dois pratos inspirados na culinária cotidiana dos altiplanos andinos, baseados em ingredientes que os incas já usavam. Com a ajuda da quinoa e das ervas finas, os dois chefs propõem “revisitar” esses sabores ancestrais, fazendo de cada prato “um espetáculo” a ser apreciado.
Localizado na Rua Murillo, uma via movimentada que leva aos mercados de La Paz, na Bolívia, o restaurante Popular ocupa o primeiro andar de uma casa cujo pátio interno abrigou outrora habitações modestas. Agora existem ali uma torrefadora de cafés bolivianos e uma loja de peças têxteis artesanais. Desde sua inauguração, em 2018, o restaurante tem sido um enorme sucesso, com sua cozinha fusion, apresentada em um único menu do dia (com uma opção vegetariana), servido por garçons de camiseta preta e cachecol de aguayo, tecido tradicional andino. Todos os dias, clientes se aglomeram em frente ao estabelecimento, onde, a menos que uma reserva tenha sido feita com antecedência, apenas alguns sortudos conseguirão entrar. Com um menu de 65 bolivianos (R$ 38, diante de um salário médio mensal equivalente a R$ 1.700), a clientela revela-se menos popular do que sugere o nome do estabelecimento: profissionais engravatados, jovens advogados, funcionários das repartições próximas, além de turistas, atraídos pelas recomendações encontradas na internet.
O Popular encarna um fenômeno que se observa em toda a América do Sul nos últimos quinze anos, incluindo-se a Bolívia, o país mais pobre da região: a emergência de uma nova classe média, que perturba as perspectivas eleitorais. Embora produzida pelas políticas de redistribuição social empreendidas por governantes progressistas, essa nova classe encanta os comentaristas conservadores: “Depois de um tempo, as classes médias emergentes tendem a preferir a economia de mercado às políticas estatais e protecionistas”, celebrava em 2010 o editor de América Latina da revista The Economist.1
O aumento do padrão de vida costuma ser acompanhado por um desejo de não mais mudar a ordem das coisas, um “impulso social de conservadorismo”, resume quase dez anos depois Raúl García Linera, conselheiro da vice-presidência ocupada por seu irmão, Álvaro. Ele admite: “Se o processo revolucionário não for capaz de responder a isso, ele corre em direção ao abismo”. A esquerda estaria condenada a ser expulsa do poder pelos grupos beneficiados por suas políticas – em resumo, a dar à luz seus próprios coveiros? A questão revela-se ainda mais candente na Bolívia, já que o presidente Evo Morales, no poder desde 2006, buscará um quarto mandato em outubro.

“Combustível para dinamizar a economia interna”
“O mais importante é produzir”, insiste o ministro da Economia, Luis Alberto Arce Catacora, quando lhe perguntamos sobre os potenciais efeitos indesejáveis de suas políticas econômicas. “A palavra ‘produtivo’ é tão importante que nós incluímos na nova lei educacional a ideia de que a educação deve ser produtiva: queremos incutir essa ideia na mente das crianças desde a mais tenra idade”. De acordo com Catacora e Álvaro García Linera, a redistribuição precisa ser precedida por uma fase de produção, o que requer tanto um nível mínimo de paz social como um mercado interno dinâmico.
Em termos de paz social, o jogo não está ganho. Dois anos após sua eleição, Evo Morales sofreu uma tentativa de golpe fomentada pela oligarquia fundiária da região de Santa Cruz.2 O governo precisa lidar com uma oposição que não está muito preocupada com os princípios democráticos e tenta alcançar seus objetivos sem provocar muito atrito. Vejamos um exemplo. Em vez de opor-se diretamente ao poderoso setor do agronegócio para ajudar os pequenos produtores, o governo criou em 2007 a Empresa de Apoio à Produção de Alimentos (Emapa). O órgão compra arroz, trigo, soja e milho de pequenos produtores a preços superiores aos do mercado quando estes estão muito baixos. Assim, o agronegócio vê-se forçado a alinhar seus preços aos da Emapa, e até mesmo a superá-los. “O mercado é pura especulação”, resume Jorge Guillen, diretor da empresa para a região de Santa Cruz. “A função da Emapa é regulá-lo, mesmo que ela compre apenas 15% da produção total.” O vice-presidente Álvaro García Linera completa: “O papel da Emapa é contribuir para evitar que o agronegócio ajuste os preços sozinho. Em resumo, fortalecer a posição dos pequenos produtores. A intervenção do Estado equilibra uma disputa desigual travada entre dois setores economicamente muito desiguais”.
Essa lógica “ganha-ganha” pode ser encontrada nas medidas tomadas para estimular o mercado interno. Nas ruas dos centros das cidades, o olhar dos transeuntes é atraído por pequenas placas com os dizeres “Esfuerzo por Bolivia”. Elas indicam as lojinhas que participam de um programa inaugurado em 2018 (com base em uma lei de 2013) para promover a produção local: quando o crescimento do PIB excede 4,5%, os empregadores de pessoas cuja renda é inferior a um limite definido por lei (15 mil bolivianos por mês em 2018, cerca de R$ 8,5 mil, mais de sete vezes o salário mínimo) são obrigados a pagar-lhes um doble aguinaldo, ou seja, um duplo 13º salário. Pela primeira vez este ano, os trabalhadores receberão 15% do valor por meio de um aplicativo móvel que limita o uso desse montante à compra de produtos fabricados na Bolívia e ao pagamento de artesãos locais previamente registrados.
Inicialmente, a medida acendeu a ira dos pequenos comerciantes, que teriam de pagar um mês de salário extra aos empregados, mas eles acabaram se convencendo: “Vendedores de sapatos, de ponchos, de sorvetes… Todos se inscreveram no programa”, explica o cliente de um quiosque na Rua Max-Paredes, uma das principais vias comerciais de La Paz. “O aplicativo foi bem feito: você pode inserir o produto que está procurando, e o Google Maps informa onde é possível encontrá-lo. Depois você fornece um código ao vendedor para pagar com o aplicativo. A operação foi um sucesso tão grande que os pequenos empresários dizem nunca terem ganhado tanto”.
“Redistribuição de renda é uma questão de justiça social, mas também serve como combustível para dinamizar a economia interna”, justifica o vice-presidente Linera. Redistribuição, consumo, produção, crescimento: em termos econômicos, o padrão boliviano parece um círculo virtuoso. Mas estimular o consumo pode encorajar o consumismo, o que tem consequências políticas menos favoráveis.
Sucesso dos shopping centers
Desde sua inauguração, em 2010, o shopping center MegaCenter – localizado no bairro residencial e abastado de Irpavi – logo virou destino obrigatório para o fim do dia e os fins de semana, com suas dezoito salas de cinema (algumas delas com projeção em 3D, exibindo as últimas superproduções de Hollywood), suas muitas redes internacionais, como o Burger King e o Hard Rock Café, seu pub irlandês, suas lojas, pista de boliche, academia, salões de beleza elegantes, campo de paintball, pista de patinação e… um estacionamento de três andares. Outros centros semelhantes surgem nas grandes cidades do país, sugerindo que a cultura dos shoppings centers ao estilo norte-americano – que há alguns anos não existia aqui – se estabeleceu na Bolívia.
Existem conflitos. A inauguração de uma linha de teleférico ligando o bairro popular de El Alto a Irpavi, em 2014, facilitou o acesso de famílias populares, que podem ser logo identificadas por suas polleras, as saias tradicionalmente usadas pelas mulheres indígenas. Pouco familiarizadas com a etiqueta própria desse tipo de ambiente, elas se sentavam no chão para compartilhar garrafas de refrigerante e guloseimas, ou desfrutavam dos jardins ao redor deitando-se na grama. Essa presença, por sua vez, atraiu vendedores ambulantes de comida barata… “Esses índios estão poluindo o MegaCenter”, indignaram-se moradores e clientes nas redes sociais. “Há lixo por todo lado desde que chegaram.” Outros tentaram uma defesa desajeitada: “É cultural. Eles se sentam no chão para ficar em contato com a Mãe Terra”.3 A instalação de cartazes advertindo que “É proibido fazer piquenique” permitiu que o templo do consumo voltasse a ser um lugar “agradável”, onde todos podem assistir a um filme norte-americano comendo pipoca, fazer fotos de casamento ou aproveitar as superliquidações e os “preços malucos”, como ocorre durante a Black Friday, evento realizado em novembro, diretamente importado dos Estados Unidos, que marca o início da temporada de compras de fim de ano.
“As pessoas que frequentam esses lugares raramente saem dali comunistas”, lamenta Manuel Canelas, ministro da Comunicação, encarregado de reconquistar a classe média antes da eleição de outubro. Para ele, o discurso do governo pecou ao elevar o consumo ao nível de virtude em si mesma, correndo o risco de apagar a dimensão política de seu projeto. “Nos últimos anos houve uma explosão de academias de ginástica na Bolívia, particularmente em La Paz. Isso diz muito sobre a transformação da sociedade: com melhores condições de vida, temos mais tempo para nos preocuparmos com o corpo, com a aparência.”
A ostentação dos cholos
Canelas traça o percurso típico de um “jovem boliviano de 25 anos”. Não tendo crescido no bairro periférico popular de onde vieram seus pais, ele foi “socializado em outros espaços”, construindo sua identidade “em lugares onde os códigos são um pouco menos coletivos”. Embora não seja mais egoísta do que seu pai ou sua mãe, esse jovem está menos inclinado a “passar a vida militando em um sindicato”: “Sua relação com o interesse público será diferente”, assim como suas preferências políticas. A solução? “Precisamos melhorar a oferta e a qualidade dos serviços públicos”, afirma Canelas, para que “o bem-estar e a qualidade de vida não sejam associados ao âmbito individual e privado. Essa é a única maneira de desenvolver nessa população uma forma de consciência política compatível com as ideias de nossa revolução”. Nessa perspectiva, Canelas recomenda a construção de “parques, espaços públicos para praticar esportes, passear com a família, conversar com os vizinhos, interagir e constituir uma comunidade. A pessoa adquire outra ideia de cidadania quando tem acesso a esse tipo de lugar, em vez de cuidar da aparência em um clube privado”.
Raquel Lara, funcionária do Ministério das Relações Exteriores, observa outra dificuldade: “Minha filha, que tem 24 anos, não sabe nada sobre as conquistas passadas, sobre a ‘guerra do gás’, por exemplo.4 A juventude atual é despolitizada: ela não foi informada nem formada. Não há mais ditadura contra a qual lutar, a luta política interessa menos”. O argumento não convence Jazmin Valdivieso, que faz parte dessa juventude com menos de 30 anos: “É preciso vender outra coisa aos jovens. O discurso de que ‘as coisas estão melhores do que na época da ditadura’ não basta”. A seu ver, eles não são desinteressados, apenas se interessam por outras coisas. As lutas atuais são “as da juventude urbana, de classe média”, o que se explica, segundo ela, pelas transformações demográficas: “Há muito menos jovens no campo. Eles ficam lá até os 14 ou 15 anos de idade, depois saem para estudar ou trabalhar, e então se tornam citadinos”. Quais são as lutas que os mobilizam? “A luta pelos direitos dos animais, das mulheres, das pessoas LGBT etc. Essas lutas estão fora dos partidos, empreendidas por jovens que não são militantes, mas ativistas. Para muitos deles, a política é uma coisa suja, por causa da corrupção, um sentimento generalizado dentro da classe média.”
No entanto, podemos mesmo falar em “uma” classe média, especialmente na Bolívia? Nessa categoria encontramos as franjas cultivadas dos bairros nobres, como San Miguel e Sopocachi, em La Paz, ao lado de funcionários de um setor público reforçado pelas novas empresas estatais, e ainda jovens cujas ambições puderam contar com o acesso à educação, mas que enfrentam um mercado de trabalho incapaz de produzir empregos qualificados suficientes. Nela também se encontram comerciantes, artesãos e microempreendedores oriundos das classes populares, de pele frequentemente mais escura, cujas condições de existência e padrão de vida melhoraram significativamente: trata-se dos grupos aqui chamados de cholos, populações indígenas urbanizadas, menos apegadas aos valores tradicionais ainda predominantes no campo do que a determinadas formas de atividade econômica e comercial muitas vezes pouco qualificadas.5 E nada indica que a estratégia de Canelas (e de todos aqueles que pretendem fortalecer a consciência política de uma classe cuja propensão consumista foi excessivamente incentivada pelo governo) traga os frutos esperados pelos cholos.
Esse grupo inicialmente apoiou Evo Morales. Primeiro pela identificação étnica: “As coisas mudaram aqui, nós passamos por uma revolução. Com a eleição do presidente Evo Morales, nossa cultura está no centro das atenções”, disse um morador de El Alto, em 2014, a um repórter do Financial Times.6 Seu entusiasmo também foi alimentado pelo voluntarismo do Estado. Este beneficiou amplamente uma população que passou a controlar a maior parte do comércio de distribuição em escala nacional e que se tornou um ator econômico central. A “revolução” mencionada pelo homem entrevistado pelo Financial Times incluía um segundo componente: “Agora eu posso dizer: ‘Tenho dinheiro, posso fazer o que quiser’”. Como construir um cholet, termo resultante da fusão de cholo e chalet, em referência às casas suíças, que simbolizariam o sucesso. Nas ruas de El Alto não se pode deixar de ver esses estranhos edifícios. Para a parte mais abastada dos cholos, mostrar seu sucesso econômico implica ter um cholet ainda mais extravagante que o do vizinho: cinco, seis, às vezes sete andares; paredes pintadas com cores vivas; uma arquitetura na qual o kitsch disputa com o ostentatório; enormes áreas envidraçadas; metragens às vezes superiores a 500 metros quadrados…
Entre os cholos e o governo, porém, a ruptura está consumada, explica Nico Tassi, antropólogo especializado em economia popular: “O primeiro conflito com o governo ocorreu quando este começou a lutar contra a economia informal” – que representa 60% do PIB e envolve 70% da população economicamente ativa7 –, na virada da década de 2010. Quando o Estado reforçou o controle, os cholos interpretaram isso “como uma forma de desconfiança em relação a eles”. Além da tradicional resistência ao pagamento de impostos, surgiu um fenômeno inesperado: a melhoria dos serviços públicos não é prioridade para uma população que, tendo conhecido esse universo após a chegada de Evo ao poder, está satisfeita com seu nível de funcionamento atual.
Para os cholos, a prioridade continua sendo a comunidade local, que se torna ainda mais importante por haver um sucesso coletivo associado a uma forte identidade cultural. Para Tassi, as populações cholas constituem originalmente um setor popular que não depende de “entidades civilizadoras externas, como o Estado, o capital, a escola, as ONGs”. Com seu discurso sobre o respeito às diferenças identitárias, a “revolução plurinacional” de Evo os convida a “afirmar-se autonomamente, fortalecer suas próprias instituições e sua cultura, outrora denegrida”. Nesse caso, a adesão à classe média não é acompanhada por uma ruptura com o modo de vida anterior, mas por seu reforço. A exibição da riqueza não é feita por meio dos padrões de consumo e de vida europeus, e sim ao estilo cholo.
Consumismo e individualismo
Assim, por exemplo, as prestes, festas caras organizadas pela nova burguesia chola de origem aymara, têm importância determinante no interior desse segmento da população. As roupas e joias utilizadas durante o evento (tão caras que se chega a contratar serviços de segurança) mostram um sucesso econômico e um status social raramente exibidos no resto do tempo. Esse novo orgulho de indios con plata (indígenas com grana) desperta, inclusive, um renovado ódio racial por parte da velha elite e da classe média branca, perturbadas em seus privilégios.
Enraizamento e funcionamento comunitário não significam isolamento do mundo, muito pelo contrário. Agricultor, com seus 60 anos de idade, o rosto enrugado e o sorriso desdentado, Don Paulino Santos declara orgulhosamente que ganha “muito dinheiro”. Além de se ocupar de sua propriedade rural, ele dirige uma confecção com sua filha e prepara-se para ir à China a fim de encontrar novos mercados. As ligações dos comerciantes cholos com a China atingiram tal nível que, quando Evo nomeou seu primeiro embaixador para o Império do Meio, este dirigiu-se naturalmente à comunidade chola para obter informações. Quando se trata de negociar com multinacionais, mais uma vez os comerciantes de La Paz dispensam o Estado. Nas negociações com a gigante Samsung, eles conseguiram que os produtos da companhia fossem distribuídos apenas para lojas independentes.
Ao explicar sua visão do futuro do processo político no qual trabalha desde 2006, Álvaro Garcia Linera nos diz que “a sorte da Bolívia é ter essa classe média indígena chola, com seu funcionamento comunitário e associativo muito específico”. Ela permite “pensar a perpetuação do processo de transformação social iniciado com a chegada ao poder de Evo Morales, embora essa classe seja mais consumista e individualista do que eram antes as camadas da população das quais ela se originou”. Para o vice-presidente, a classe média emergente chola constituiria a espinha dorsal da economia do país, por causa de seu domínio do mercado interno: combinando eficiência e ética comunitária, ela ofereceria “novas ferramentas de reflexão para pensar e prolongar o processo de mudança”.
Se reeleitos, Evo Morales e sua equipe precisarão, no entanto, de habilidade tática e flexibilidade estratégica para garantir o futuro de sua “revolução democrática e cultural” para um grupo social que, até o momento, tudo indica ter se construído à margem desse processo.
Maëlle Mariette é jornalista.
1 “Democracy, Latino-style” [Democracia ao estilo latino-americano], The Economist, Londres, 11 set. 2010.
2 Ler Hernando Calvo Ospina, “Petit précis de déstabilisation en Bolivie” [Pequeno breviário da desestabilização na Bolívia], Le Monde Diplomatique, maio 2010.
3 Ler “À la recherche de la Pachamama” [Em busca da Pachamama], Le Monde Diplomatique, mar. 2018.
4 Grande conflito social que levou, em outubro de 2003, à saída do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada e contribuiu para a celebrização do atual presidente Evo Morales.
5 A porosidade das fronteiras entre economia rural e economia urbana levou à extensão do termo a todas as populações mestiças que, sem adotar o estilo de vida e as atividades das burguesias brancas oriundas da colonização, fazem parte do desenvolvimento de uma economia local marcada pela informalidade e pelas redes de proximidade.
6 Andres Schipani, “Bolivia’s indigenous people flaunt their new-found wealth” [Povos indígenas da Bolívia exibem sua riqueza recém-descoberta], Financial Times, Londres, 4 dez. 2014.
7 “Mujeres y hombres en la economía informal: un panorama estadístico” [Mulheres e homens na economia informal: um panorama estatístico], Organização Internacional do Trabalho (OIT), Genebra, 2016; Leandro Medina e Friedrich Schneider, “Shadow economies around the world: What did we learn over the last 20 years?” [Economias subterrâneas no mundo: o que aprendemos sobre isso nas duas últimas décadas?], FMI, Washington, DC, 2018.