O retorno do Movimento ao Socialismo na Bolívia
Terceiro artigo da série Resistências latino-americanas traz um panorama sobre a volta do Movimento ao Socialismo (MAS) ao poder Executivo do país
Terceiro artigo da série Resistências latino-americanas traz um panorama sobre a volta do Movimento ao Socialismo (MAS) ao poder Executivo do país
Desesperançados, os peruanos elegem seu próximo chefe de Estado em abril de 2021. Após uma sequência de renúncias e destituições, quatro presidentes sucederam-se no comando do país desde a última eleição, em 2016. Dos quatro precedentes, eleitos desde 2001, três foram indiciados por corrupção e um preferiu o suicídio. Como explicar tamanha instabilidade?
Presidente Evo e militantes escolhem binômio enquanto governo transitório militariza as ruas e implementa estado de exceção com o aumento da violência política
No poder desde 2006, o presidente boliviano, Evo Morales, vai disputar um quarto mandato em outubro. Suas políticas de redistribuição permitiram a emergência de uma classe média diversa. Porém, menos militantes do que no passado, essas parcelas da população não partilham necessariamente dos valores dos dirigentes a quem devem sua ascensão
Enquanto as forças conservadoras avançam no continente sul-americano, um país permanece ancorado à esquerda: a Bolívia de Evo Morales, onde a contestação se concentra cada vez mais no seio do próprio campo político do chefe de Estado. A história singular do partido presidencial, o Movimiento al Socialismo, esclarece essa situação surpreendente
Em dezembro de 2013, enfrentamentos opuseram forças policiais bolivianas e crianças que protestavam pelo direito de trabalhar. Evo Morales, celebrado como um dos dirigentes mais progressistas do mundo, disse que “estava ali para escutá-las” e decidiu baixar a idade legal de trabalho de 14 para 10 anos. Não é preciso diRobin Cavagnoud
Nas próximas semanas, o Tribunal de Haia vai decidir sobre um contencioso de mais de um século. Derrotada na Guerra do Pacífico, a Bolívia perdeu seu acesso ao mar para o Chile. Atualmente, o lado econômico, ligado à criação de um corredor que facilitaria as relações comerciais de todo o continente com a ÁsiaCédric Gouverneur
Discretos sobre o sucesso dos governos latino-americanos de esquerda, os grandes meios de comunicação o são igualmente quanto… aos fracassos dos poderes conservadores… Aí incluídos os assuntos de segurança. Em setembro, 43 estudantes foram assassinados quando protestavam contra reformas liberais na educaçãoSerge Halimi
Apesar de ofertada novamente pelo Chile, a tão sonhada saída para o mar boliviana, perdida há mais de um século após um conflito regional que envolveu também o Peru, não parece ter sentido algum. O motivo do acordo,o gás que seria exportado para os Estados Unidos, não está nos planos de Evo MoralesGustavo Guzmán
De notícias plantadas na mídia à importação de matadores de renome internacional, o governo de Evo Morales já sofreu todo tipo de ameaça sem se deixar abater. Por trás delas não está apenas parte da elite boliviana, mas também o governo dos Estados Unidos, acostumado a usar esse tipo de “recurso” políticoHernando Calvo Ospina
Nestes quase quatro anos de “governo da mudança”, ficou evidente a dificuldade em estruturar uma institucionalidade pós-neoliberal eficiente na Bolívia. No segundo mandato de Evo Morales, com um país menos polarizado e sem a direita à espreita, estará em jogo a construção do Estado