A ética miliciana e o espírito do capitalismo extrativista
Alianças promíscuas entre setores políticos, militares e judiciários com grupos armados apontam para o butim dos escombros do Estado e da economia brasileira, mobilizam uma ética relacionada ao elogio do uso da força não pactuada para a resolução de conflitos e atuam violentamente para aumentar seus recursos políticos e econômicos
“A voz do Esquadrão da Morte ao povo da Guanabara: muitos dos nossos já tombaram vítimas de assaltantes e criminosos sanguinários. O povo é testemunha que esses bandidos não respeitam crianças, velhos, senhoras e trabalhadores. Assaltam e matam sem nenhuma piedade. Nós trabalhamos apenas com uma intenção: defender a família que mora e trabalha neste estado. A distância entre a Justiça e a Polícia nem sempre permite um combate mais eficaz ao crime e aos criminosos. Assim, só nos resta falar a mesma linguagem deles: a lei do cão. Sempre que contarmos com o apoio do Secretário de Segurança que queira ver a cidade livre do crime, nós trabalharemos. Foi assim na época do General Kruel, do Coronel Borges e está sendo agora com o General França. Esperamos que o distinto povo da Guanabara compreenda nossa intenção”. Em outubro de 1968, o jornal Ultima Hora publicava um comunicado enviado…