A inserção na economia global
Não há dúvida que a taxa de câmbio real valorizada e a consequente inflação baixa melhoraram o bem-estar da população, tanto dos pobres quanto dos ricos. A moeda brasileira e seu juro básico formam um par atraente para os promotores da sarabanda internacional: são os queridinhos do mercado
Depois da crise da dívida externa, na década de 1980, o Brasil demorou a reencontrar a rota do crescimento. Os equívocos da política econômica cometidos nos anos 1990, após a queda da inflação, não ajudaram a estancar a inclinação ao baixo desempenho. Os otimistas argumentam que o país preservou uma fração importante do aparato industrial e, principalmente, valeu-se do dinamismo do agronegócio, que respondeu rapidamente às transformações ocorridas na divisão internacional do trabalho. A ascensão econômica da China e dos asiáticos em geral, com dotações de recursos naturais diferentes da nossa, mudou a configuração do comércio internacional. Os termos de troca entre produtos primários e bens manufaturados movem-se a favor dos países com disponibilidade e diversidade de recursos naturais. Nesse ambiente benfazejo, a política monetária repetiu os enganos dos anos 1990, mantendo a taxa de juros e o câmbio fora do lugar. Até agora, vivemos as benesses de uma situação…