A miragem do “apaziguamento”
Desde que Emmanuel Macron decretou, em 9 de junho, a dissolução da Assembleia Nacional, os ânimos estão exaltados. Diante desse clima, uma solução multipartidária parece emergir: o “apaziguamento”
Desde que Emmanuel Macron decretou, em 9 de junho, a dissolução da Assembleia Nacional, os ânimos estão exaltados. Parlamentares foram agredidos, escritórios vandalizados e militantes espancados. As ameaças proliferam nas redes sociais, e os líderes políticos trocam insultos. Na mídia, jornalistas e comentaristas expressam preocupação com uma onda de violência política que poderia inflamar todo o Ocidente, começando pelos Estados Unidos, onde Donald Trump acaba de escapar de uma tentativa de assassinato – assim como antes dele o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Diante desse clima, uma solução multipartidária parece emergir: o “apaziguamento”. Caberia aos líderes políticos acalmar os debates, atenuar as divisões e esfriar as paixões. Afinal, como imaginar uma sociedade tranquila quando, no topo do poder, multiplicam-se os excessos? O presidente Emmanuel Macron, portanto, conclama os parlamentares a recuperar “o senso de concórdia e apaziguamento”, a fim de “construir compromissos com serenidade e…