A recriação contemporânea da tecnologia de poder de Goebbels
Os onze princípios da propaganda nazista, atualizados, são aprofundados agora como tecnologia de governo na “democracia”, o que implica regimes políticos híbridos (convivência entre exceção e regras), pois atuam em zonas cinzentas entre autoritarismo e democracia
Embora questões referentes à manipulação de valores e símbolos, à retórica como instrumento de disputa política e à tênue fronteira entre ocultação e veiculação de ideias acompanhem o que se entende por “política”, há importantes mudanças no cenário ideológico voltado à “tecnologia de poder”. Notadamente a partir do século XX, com a consolidação dos meios de comunicação de massa (jornais e revistas com edições em larga escala e popularização do rádio e da televisão, e mesmo do cinema), a propaganda política caminhou pari passu à publicidade comercial, articulando-se. A “manipulação” de ideias em âmbitos distintos, centralizada nos grandes veículos de comunicação, de forma piramidal, e o concomitante desenvolvimento das grandes corporações cinematográficas e das agências de publicidade e propaganda tornaram-se estruturas globais de poder, verdadeiros “aparelhos privados de hegemonia” (conforme Antonio Gramsci), a partir dos Estados Unidos, e dos aparatos estatais do nazismo alemão. Expressões clássicas emanadas do império norte-americano,…