A seita Moon no Japão
Fortalecida por suas relações históricas com a família de Abe Shinzo, a seita sul-coreana Moon teceu uma sólida rede dentro da mais poderosa formação política do Japão. Isso resultou ironicamente no assassinato do ex-primeiro-ministro, um choque para toda a sociedade. Porém, até o momento, as medidas tomadas para limitar a atuação da seita continuam frágeis
Em 8 de julho de 2022, em plena campanha para as eleições do Senado, Abe Shinzo, ex-primeiro-ministro e poderoso dirigente político que liderava os deputados conservadores do Partido Liberal Democrático (PLD), foi morto a tiros durante um evento. Preso imediatamente, seu assassino, Yamagami Tetsuya, de 42 anos, relatou sua caótica jornada para os investigadores. Ele revelou que sua família foi arruinada por causa de doações de sua mãe a um grupo religioso ligado, segundo ele, a Abe. A princípio, a mídia não especificou seu nome. Contudo, para os observadores da política japonesa, não há dúvida: trata-se da Igreja da Unificação, também chamada de seita Moon, conhecida por coagir seus seguidores a fazer ofertas excessivas e por manter relações estreitas com os deputados do PLD. Estupefatos, os japoneses viram então emergir a profundidade desse drama, que ficará para a história nacional. Essa é apenas a consequência de mais de meio século…