Ainda é bom viver na Suécia?
Após crescer de 5,7% para 20,5% dos votos em doze anos, em setembro o partido de extrema direita Democratas Suecos passou a ocupar um lugar privilegiado no Parlamento, apoiando a coalizão de direita. Seu avanço poderia ser uma surpresa em um país que é sinônimo de social-democracia, porém ele se explica pela memória de certa abordagem do Estado de bem-estar social
Em Medborgarplatsen, a “Praça dos Cidadãos” de Estocolmo, vozes bradam: “Nenhum racista em nossas ruas”. Elas logo são abafadas pelo riff de guitarras, bateria pesada e teclado de rock de músicos musculosos vestindo camiseta preta. É o começo de uma turnê da Folkfest, “festa popular” do partido de extrema direita Democratas Suecos (Sverigedemokraterna, ou SD), quinze dias antes das eleições de 11 de setembro. Nessas eleições, o Democratas Suecos transformou-se no segundo maior partido do país, recebendo 20,5% dos votos, atrás dos Sociais-Democratas, que tiveram 30,3% dos votos, mas deixaram o poder, pois a coalizão de centro-esquerda que lideravam perdeu a maioria no Parlamento. No ritmo, Jessica Stegrud entra no palco toda sorridente, de vestido branco. A deputada do Parlamento Europeu dos Democratas Suecos não demora a louvar a Suécia de outrora: “Vivíamos em grande pobreza, o desenvolvimento veio rápido. Em apenas duas gerações, a Suécia se transformou em Estado…