Alô, alô, Echelon!
O uso de satélites para retransmitir comunicações permite aos serviços secretos das principais potências captarem, de quebra, conversas telefônicas, fax e correio eletrônico. A rede Echelon intercepta mais de dois milhões de conversas por minutoFranck Mazoyer
Espalhadas pela face do globo terrestre, as bases militares da rede anglo-americana Echelon abrem novas possibilidades de vigilância planetária. O uso de satélites para retransmitir comunicações permite aos serviços secretos das principais potências captarem, de quebra, conversas telefônicas, fax e correio eletrônico. A rede Echelon intercepta mais de dois milhões de conversas por minuto. “Em 1994”, explica Duncan Campbell, “a NSA (National Security Agency, agência de segurança norte-americana) interceptou chamadas telefônicas entre a empresa Thomson CSF e o Brasil sobre o Sivam, um sistema de vigilância na floresta amazônica avaliado em 1,4 bilhão de dólares. A empresa francesa foi acusada de ter subornado membros da comissão de seleção brasileiros. Após a intervenção norte-americana, o contrato acabou sendo assinado com a Raytheon, uma empresa norte-americana.” Duncan Campbell foi o primeiro jornalista a denunciar, em 1998, a existência dessa rede; neste livro, ele entrega as chaves para a compreensão da rede Echelon ? e mostra os limites. (Trad.: Jô Amado)
Referência
Surveillance électronique planétaire, de Duncan Campbell, ed.
Franck Mazoyer é jornalista.