As Ilhas Cook no meio da turbulência geopolítica global
Em uma região cada vez mais central na disputa entre Estados Unidos e China, esse pequeno Estado do Pacífico composto de quinze ilhas procura entender como lidar com o risco existencial das mudanças climáticas enquanto decide se autoriza a mineração em seus oceanos de metais essenciais para a transição energética
Praias de areia branca imaculada, onde turistas relaxam. Lagos de água azul-turquesa. Ondas quebrando contra a barreira de corais ao longo da costa. Esse cenário de cartão-postal quase faz esquecer o acúmulo de problemas enfrentados pelas Ilhas Cook, um pequeno Estado do Pacífico Sul composto de quinze ilhas (atóis, ilhas coralinas e vulcânicas). Celine Dyer, coordenadora do primeiro-ministro para as mudanças climáticas, nos recebe em seu pequeno escritório em Avarua, a capital, na ilha de Rarotonga. Também presentes estão duas de suas colegas, Charlene Akaruru e Terito Story, respectivamente embaixadora da juventude e responsável pela comunicação sobre essas questões. Juntas, elas discutem as múltiplas consequências de um mundo em aquecimento: submersões marinhas, erosão costeira, acidificação dos oceanos, intensificação de tempestades, desaparecimento de áreas de desova de peixes... Os ancestrais sabiam ler as estrelas e as correntes marinhas; para ajudar os pescadores, agora construímos marégrafos, para entender as mudanças no nível…