As redes “feministas” das maiores empresas cotadas na Bolsa de Paris
Tão discreta quanto eficaz, a atuação de redes patronais permitiu a adoção em 2011 de uma lei que impõe a quase paridade entre os gêneros nos conselhos de administração das grandes corporações francesas. No entanto, a influência das mulheres de negócios sobre o governo afasta as associações feministas, enquanto seu ativismo permite a multinacionais pouco preocupadas com os direitos trabalhistas dourar sua imagem
No dia 2 de dezembro de 2016, no Centro Internacional de Deauville, Emmanuel Macron apresentava em inglês seu programa para a igualdade entre mulheres e homens. “Permitir que as mulheres tenham acesso à liderança nos negócios ou na política é absolutamente essencial.” Na plateia, uma maioria composta por mulheres de negócios e da vida política. Em onze anos de existência, era a primeira vez que o Women’s Forum for the Economy and Society (WF, Fórum de Mulheres para a Economia e a Sociedade) tinha como convidado um candidato à presidência da França. Menos de três semanas depois, duas de suas dirigentes assinaram o manifesto “Elles Marchent” [Mulheres em marcha], apoiando a candidatura do ex-ministro da Economia. Apelidado pela imprensa de “Davos das Mulheres”, o WF conquistou influência considerável desde sua primeira edição, em 2005. Todo ano, o evento reúne uma miríade de organizações e redes dedicadas à questão do acesso…