Ataque, asfixia e confusão nas instituições de fomento à ciência
A intervenção nas agências de fomento tem trazido sérias consequências para as instituições de pesquisa nacionais. Sem recursos suficientes, vários trabalhos são interrompidos, levando os pesquisadores a mudar de país ou de área profissional
Quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou, em março de 2020, “já botamos a granada no bolso do inimigo”, referindo-se ao congelamento do salário dos servidores públicos, muitos consideraram uma bravata, sem se darem conta da mistura explosiva que saltaria aos nossos olhos. A frase integrava uma sentença insidiosa, pois, segundo o ministro, “todo mundo está achando que, tão distraídos, abraçaram a gente, enrolaram com a gente”. e é nesse movimento que a granada foi posta no bolso do inimigo – inimigo esse que abrange todo o serviço público federal. A ação destruidora voltada para as instituições públicas se manifestou de diferentes formas, mas não trouxe nenhuma explosão pela qual as estruturas viriam abaixo de repente. Ela se faz em meio a um processo que, embora pareça caótico, o ministro já dizia: “A gente cai, levanta e sabe pra onde nós temos que ir. [...] Nós não vamos perder…