Cabe à esquerda derrotar Bolsonaro
A oposição de direita mostrou que não tem força, nem social nem de vontade, para liderar o combate ao bolsonarismo. Essa tarefa cabe ao campo popular. A relação com tais aliados pontuais e vacilantes deve ser avaliada em cada ocasião, mas o caminho não surgirá do Supremo, nem da mídia, nem do empresariado “racional”, nem do governo paulista
É difícil olhar para o Brasil sem uma sensação de desespero. O governo mais destrutivo da história do país chegou à metade de seu mandato com a possibilidade de um impeachment praticamente descartada e chances ampliadas de reeleição. A condução criminosa – o adjetivo é apenas descritivo, sem caráter hiperbólico ou intenção polêmica – do enfrentamento à pandemia do novo coronavírus não foi capaz de afetar consistentemente a popularidade do presidente da República. Um país empobrecido e violento se vê refletido na agressividade e ignorância de Bolsonaro. A euforia do “somos 70%” já ficou para trás – um slogan de momento que não foi capaz de impulsionar a luta política. Bolsonaro não conta com a aprovação da maioria da população, mas ainda assim está mais forte. É preciso entender sua estratégia para, com base nisso, analisar o quadro e as opções de que dispõe o campo popular. Bolsonaro não tem…