Carnaval de São Paulo: Inclusão, Segurança e Sustentabilidade
O Carnaval é folia e brincadeira, mas é também uma época de muito trabalho, especialmente para as mulheres que atuam nos blocos, na segurança, na limpeza e em outras funções
O Carnaval é uma das festas mais importantes do Brasil, e em São Paulo não é diferente. A cidade reúne em suas ruas milhares de pessoas, que a transformam em um palco de celebração cultural vibrante. Além de ser uma festa que fortalece a identidade da cidade, o Carnaval movimenta a economia, gera empregos e impacta positivamente diversos setores.
De acordo com dados da prefeitura, mais de 600 blocos desfilarão pelas ruas de São Paulo entre os dias 22 de fevereiro e 9 de março, e a previsão é de que o Carnaval 2025 gere R$ 3,4 bilhões para a economia paulistana. Diante de um evento de tamanha magnitude, a Câmara Municipal tem o dever de zelar pelo bom funcionamento da festa, garantindo que todos os aspectos sociais envolvidos sejam cuidados, indo muito além da diversão.

Sou apaixonada pelo carnaval e entendo que agora, como vereadora eleita, tenho ainda mais responsabilidade sobre essa festa. Por isso, desde que tomei posse, em janeiro deste ano, venho me debruçando sobre a organização do evento, dialogando com os organizadores dos blocos, representantes da prefeitura, da Câmara e outros atores envolvidos. Concentrei minha atuação em três pilares fundamentais: emergência climática, resíduos e crianças. Acredito que esses temas são essenciais para garantir um Carnaval que respeite o meio ambiente, valorize os trabalhadores e seja seguro para todos.
Só este ano, já estamos na quarta onda de calor extremo – e essa bem no meio do carnaval. As altas temperaturas exigem cuidados especiais com a população, por isso, apresentei demandas específicas para garantir o bem-estar dos foliões, como distribuição gratuita de água gelada e pontos estratégicos de hidratação para a população.
O cuidado com a segurança é outro ponto importante de atuação, e por isso dialogamos com a prefeitura para evitar violência e enfrentamentos no encerramento dos eventos de rua. Graças ao diálogo que estabelecemos, conseguimos avanços importantes, como a abertura de um canal direto entre os blocos e a SPTuris, órgão oficial de turismo e eventos da cidade, permitindo uma comunicação mais ágil e eficiente, bem como o trabalho em parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), para garantir que o carnaval seja uma festa segura e acolhedora para todos.
A gestão dos resíduos é outro desafio gigante. Mais de 220 toneladas de resíduos foram deixadas nas ruas só durante o período pré-carnaval. Por isso venho trabalhando em parceria com a Secretaria Executiva de Limpeza Urbana (SELIMP) para incluir os catadores de materiais recicláveis na limpeza da cidade, garantindo que eles tenham proventos dignos e que os resíduos sejam destinados corretamente.
Em outra frente, atuei na promoção do diálogo entre a ANCAT (Associação Nacional dos Catadores), a SELIMP e a AMBEV, a empresa patrocinadora do evento, para fortalecer parcerias e melhorar a coleta seletiva durante o Carnaval. Como resposta, tivemos a garantia de que as ruas serão limpas em no máximo uma hora após a passagem dos blocos. Nossa missão será fiscalizar e cobrar o cumprimento desse compromisso.
O Carnaval é folia e brincadeira, mas é também uma época de muito trabalho, especialmente para as mulheres que atuam nos blocos, na segurança, na limpeza e em outras funções. Por isso, apresentei uma proposta para garantir que as crianças, filhas e filhos dessas trabalhadoras, tenham um local seguro para ficar durante o evento.
Ainda não conseguimos implementar essa medida, mas estamos lutando para que, no próximo ano, São Paulo siga o exemplo de cidades como Porto Seguro e Rio de Janeiro, que oferecem creches com horários diferenciados (inclusive noturnos) para os filhos dos trabalhadores do Carnaval.
Neste Carnaval, estarei nas ruas não apenas para brincar e curtir, mas também para fiscalizar e servir como ponto de diálogo entre a população e o setor público. Meu compromisso é garantir que o Carnaval de São Paulo seja uma festa que celebre a cultura, respeite o meio ambiente e valorize todos os trabalhadores e trabalhadoras envolvidos.
Quem encontrar problemas, como falta de limpeza ou falhas na segurança, pode entrar em contato comigo. Juntos, podemos fazer do Carnaval uma experiência ainda melhor para todos os paulistanos e visitantes da nossa cidade.
Marina Bragante é vereadora eleita pela Rede Sustentabilidade em São Paulo