Catar, uma Copa exagerada
Aproximando-se do pontapé inicial da competição, em 20 de novembro, os críticos se alvoroçam. Como antes tarde do que nunca, todos querem propalar sua cota de indignação
Em 2 de dezembro de 2010, em Zurique, o comitê executivo da Federação Internacional de Futebol (Fifa) escolheu o Catar para organizar a Copa do Mundo de 2022. Em Doha, capital do emirado, houve uma explosão de alegria. As sirenes dos navios ulularam no porto, as buzinas dos carrões brilhantes estacionados na orla fizeram eco e a mídia local celebrou, em uníssono, o reconhecimento internacional que consagrava a entrada do país na corte dos grandes. O emir Hamad bin Khalifa al-Thani, pai do atual soberano, que o sucedeu em 2013, exultou: agora, seu reino ficaria conhecido no mundo inteiro. Imediatamente choveram críticas de todas as partes. Do lado esportivo, denunciou-se a aberração de organizar uma Copa do Mundo em um país desértico e quentíssimo, onde não existe paixão alguma pelo futebol. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos, derrotados por 14 a 8 no pleito da Fifa – quando tinham certeza…