Estamos condenados a ser um fazendão?
Há uma enorme pressão externa, na forma de demanda, para continuarmos um fazendão, e o agronegócio e a mineração como importantes atores políticos internos que pretendem reforçar esse modelo de relação
As pressões internacionais do mercado e suas demandas buscam reduzir o Brasil a um fornecedor de matérias-primas e alimentos. Vivemos uma reprimarização de nossa economia. Em 2023, encabeçam nossa pauta de exportações produtos como ferro (US$ 42,2 bi), soja (US$ 37,3 bi), petróleo bruto (US$ 27,4 bi), açúcares e melaços (US$ 8,5 bi), carne bovina (US$ 7,4 bi), farelo de soja (US$ 7,2 bi), carnes de aves (US$ 6,3 bi) e celulose (US$ 6,1 bi).1 Um terço de nossas exportações hoje vai para a China, nosso maior comprador; para comparação 11% vão para os Estados Unidos. Enquanto crescia a exportação de produtos primários, a exportação de bens manufaturados caía 27,5% de 1997 a 2021. A participação da indústria de transformação no PIB caiu de 35,9% em 1985 para 11,3% em 2021. O que antes era produzido no Brasil passou a ser substituído por produtos importados, mais baratos, processo que se…