Confusão total no mercado de petróleo e gás
Abrir mão dos hidrocarbonetos russos é um objetivo mais tranquilo de alcançar para os Estados Unidos do que para a Europa. Por outro lado, relutantes em se distanciarem de Moscou, muitos países exportadores de petróleo e gás evitam ocupar o espaço deixado pela Rússia
Mirar na “principal artéria da economia” ao proibir as importações de petróleo, gás natural e outros produtos energéticos da Rússia: essa foi a estratégia adotada em 6 de março pelos Estados Unidos para punir Moscou depois da invasão militar da Ucrânia.1 “Não participaremos do financiamento da guerra de [Vladimir] Putin”, declarou o presidente Joe Biden antes de indicar que os importadores norte-americanos tinham 45 dias para rescindir seus contratos de compra. Os europeus, com a Alemanha à frente, não seguiram completamente esse caminho, embora tenham anunciado querer se livrar de sua dependência em relação ao fornecimento russo. “Não podemos depender de um fornecedor que nos ameaça explicitamente”, disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia (8 mar.).2 Em ambos os casos, a intenção é a mesma: o embargo ao petróleo e ao gás natural russo será, com o tempo, considerável e duradouro, mesmo que Berlim espere que um rápido…