Construir entre fraturas
Resenha do livro de Edemilson Paraná e Gabriel Tupinambá, Arquitetura de arestas: as esquerdas em tempos de periferização do mundo, publicado neste ano pela Autonomia Literária
Não são poucos os diagnósticos que levantam a dificuldade de apreensão do presente brasileiro. Cibele Rizek insiste nas “Zonas Cinzentas”, Chico de Oliveira fala de uma “Era de Indeterminação”; Giuseppe Cocco e Bruno Cava chamam de “Enigma do Disforme”; Guilherme Wisnik escreve sobre estar “dentro do nevoeiro”; um grupo de militantes afirma que se encontra na “Neblina”. Chama atenção, diante dessa “gaseificação nebulosa” da nossa sociedade em crise, uma dupla de jovens pensadores radicais sugerir uma “arquitetura” – afinal, arquitetura diz respeito de algo propriamente rígido, estruturado. Entretanto, Paraná e Tupinambá não vão ignorar nossa condição indeterminada. A reflexão deles está assentada exatamente na possibilidade de se pensar como construir algo dentro da neblina. Tarefa urgente para quem quer conseguir ver um palmo à frente do nariz nessa complicação generalizada. Assim, o primeiro ponto que deve ser ressaltado do livro é a enorme vantagem heurística apresentada pelos autores. Não é um livro “só” de teoria ou um livro “descritivo”, mas é um livro que oferece uma metarreflexão sobre as condições de possibilidade e os limites de se organizar politicamente à esquerda hoje.
O livro de Paraná e Tupinambá coloca, a meu ver, uma das questões mais importantes para pensar o tempo presente: o que é pensar as formas de organizações políticas voltadas para a transformação do mundo? Os autores evidentemente não dão uma resposta unívoca, mas com toda certeza apresentam boas ideias para que essa discussão possa ser melhor elaborada, experimentada e desenvolvida. Para isso, parecem levar a sério o argumento do melhor ensaísmo crítico brasileiro: começar com a especificidade da “condição periférica” brasileira poderia servir, numa cambalhota dialética, para entender o universal da “condição do capital em crise”. Pensando nas lutas sociais de esquerda no Brasil e levando a sério as dificuldades enfrentadas, Paraná e Tupinambá estão oferecendo aos leitores – dos pesquisadores sobre política, sociedade e esquerdas aos militantes – uma excelente contribuição para (re)interpretar o mundo a partir de uma transformação das nossas organizações.
O ponto de partida para o livro veio de um debate entre os autores, travado nas páginas do Blog da Boitempo. Um debate vívido e urgente, que foi mantido em sua forma original, com suas redundâncias, gambiarras, circularidades, mal-entendidos, que em sua própria forma já aparece como parte do próprio problema colocado pelos autores. A partir desse ponto de partida, que é a identificação de um canteiro de obras, os autores traçam um diagnóstico da nossa realidade social, onde se espera que a esquerda atue para promover a transformação do mundo. Tal escolha dos autores é, talvez, um dos pontos altos do livro (que são muitos): há algo da forma de exposição que é condizente com nossa condição contemporânea. Um canteiro de obras nunca é plenamente racionalizado, mas repleto de redundâncias, gambiarras, circularidades e mal-entendidos.
O debate começa com uma intervenção pública de Paraná, buscando traçar um “diagnóstico” do campo das esquerdas contemporâneas. Ele então identifica três grandes forças de gravitação que atraem a maioria das organizações, movimentos e coletivos de esquerda: institucional-parlamentar, radical, fragmentária – sugere como compor as melhores características de cada para pensar uma organização para o tempo presente. Diante dessa proposição, Tupinambá, em réplica, incorpora a teoria dos modos de intercâmbio de Kojin Karatani, lendo como Estado, capital e cultura (comunidade) se relacionam com cada uma das três forças de gravitação da esquerda. Assim, diante desse quadro matizado proposto, Paraná oferece uma tréplica analisando a questão do poder, reconhecendo que a análise da interação entre as diferentes esquerdas proposta por Tupinambá é algo fundamental nessa construção.
A partir desse momento fica explícita a diferença entre as perspectivas da dupla. Se para Tupinambá uma esquerda deve se propor a conquistar o “controle do meios de produção de nosso problemas”, Paraná reconhece que essa saída não é resultado apenas do desenvolvimento de contradições imanentes ao funcionamento da esquerda, mas também trata-se de um enorme “acúmulo de força social”. Assim, é preciso, argumenta, colocar ênfase na discussão sobre o poder, a luta de classes e o acúmulo de força – situação essa que é agravada pelo contexto contemporâneo que, frente à “reconfiguração estrutural no mundo do trabalho e das sociabilidades, enfraquecida diante do avanço neoliberalizante e da transformação do Estado, […] as esquerdas acabaram perdendo sua bússola política, um horizonte emancipatório mais ou menos compartilhado, mínimo que seja, em torno do qual nos conectamos e disputamos (também entre nós) a sociedade” (p.66). Diante dessa questão, Tupinambá propõe uma questão pertinente: “como se avalia o poder popular?” – ele problematiza com isso a “monstruosidade do poder” que já existe e circula no interior das esquerdas. Isso é feito com um sentido preciso – é preciso uma crítica do estado atual das coisas para compreender o que é preciso mudar para “disputar a sociedade” – concepção essa que, segundo Tupinambá, está distorcida. Assim, ele sugere pensar uma “crítica da economia política da militância” pois a aderência ou não das pessoas ao projeto de esquerda passa pelo reconhecimento que existem “meios de reprodução social da militância” que estão dados dentro da “forma de se organizar, dividir as tarefas, utilizar os tempos dos militantes, no nosso silêncio sobre o dinheiro, sobre a logística, sobre a loucura que é querer complicar ainda mais a vida” (p.80).
A discussão se segue com Paraná refletindo sobre o Poder e a Política frente aos problemas da vida cotidiana. Para ele, fica patente a incapacidade das diferentes esquerdas oferecerem, em meio ao desespero da existência, “nada pelo o que valha a pena lutar, nenhum horizonte concreto de melhoria objetiva da vida” (p.95) – algo que outras instituições como Estado, política partidária, o crime e congregações religiosas prometem. Por fim, no último texto dessa parte assinado por Tupinambá, a questão de discordância e debate é explicitada. Enquanto para Paraná as esquerdas devem responder os problemas do mundo, para Tupinambá a “eficácia de uma dada organização ou discurso político depende de sua capacidade de mapear ou figurar internamente as forças que organizam a nossa vida social” – pois se trata de organizar experimentos políticos capazes de se aprender sobre a realidade social “desde dentro”.
A segunda parte do livro oferece aos leitores uma caixa de ferramentas. Os autores estão construindo um modelo de como interpretar, analisar e criticar as diferentes modalidades de organização política das esquerdas. Eles não apenas avançam no diagnóstico que traçaram na parte anterior, encontrando pontos sintéticos do debate, como incorporam importantes insights para a compreensão dos mecanismos de organização. Por exemplo, os autores ressaltam as dimensões individual, psíquica, coletiva e econômica dos efeitos de uma organização política, elementos que, em geral, passam despercebidos numa teoria da organização. É nessa parte que se encontra o núcleo da proposição dos autores de constituir um modelo analítico para a esquerda capaz de levar em conta a complexidade da indeterminação que estamos vivendo. Trata-se de demonstrar, com foco na transmissibilidade das ideias elaboradas no debate anterior, um modelo analítico que foi “se sedimentando” ao longo do diálogo.
O balanço do debate indicou a multiplicidade das esquerdas a partir de quatro aspectos: epistemológico (como uma dada organização conhece a realidade social? Quais conceitos considera e mobiliza na explicação da realidade e quais conceitos determinam os fenômenos a serem explicados?), político (como uma dada organização atua sobre a realidade social? Como estrutura suas intervenções, seus movimentos táticos e sua visão estratégica?), ideológico (como uma dada organização se representa para si mesma e para os outros? Como entende sua própria inserção na realidade?) e reprodução social (como uma dada organização lida com as condições materiais da vida dos organizados? Como a participação em sua dinâmica influi no dispêndio de tempo e esforço de uma pessoa?). Em adição aos quatro aspectos, os autores recuperam as divisões das três lógicas da esquerda (em consonância com as três fontes da sociabilidade moderna) e consolidam os mecanismos de funcionamento da lógica institucional, que organiza o espaço das trocas contratuais; a lógica do valor, que organiza o espaço das trocas mercantis; e a lógica comunitária, que organiza o espaço de trocas recíprocas. Nesse ponto, insistem que essas lógicas são completas, mas cada uma possui suas próprias inconsistências, que permite a combinação em complexas articulação em cada formação social concreta que a esquerda atua.
Os autores sugerem um “modelo” de análise do campo das organizações de esquerda que parte das problemáticas que encontram no cenário político brasileiro e estão presentes na própria forma do livro. Aqui, devemos ler o modelo não como um conceito das ciências sociais ou políticas, que, em geral, assume uma perspectiva heteronormativa e prescritiva sobre uma determinada realidade. Os autores utilizam uma noção de modelo, a meu ver, mais próxima da ideia de modelagem matemática. A sugestão dos autores é oferecer uma representação simplificada da realidade das organizações de esquerda de uma forma experimental. O modelo apresentado, portanto, não é prescritivo, mas descritivo. O grau de abstração é elevado o suficiente para ele poder ser útil em compreender uma diversidade de situações, mas sem prescrever a priori cada uma dessas situações. Assim, ao falar da situação das esquerdas brasileiras – mesmo em um elevado nível de abstração, propondo uma modelagem descritiva para esse campo – os autores estão, ao mesmo tempo, conduzindo um experimento sobre as formas de dizer dessa realidade. De tal forma, é apresentada uma operacionalização de construção de alguns referentes para uma linguagem comum capaz de compreender melhor o campo das esquerdas no Brasil contemporâneo – esforço esse reconhecido pelos autores como parcial.
Por isso acho que um dos méritos do livro está na possibilidade de construir um aparato teórico-prático capaz de pensar o entre. Essa preposição – que uso no título dessa resenha de forma interessada –, que indica lugar ou espaço intermediário é, de alguma forma, o objeto privilegiado da análise de Paraná e Tupinambá. Ao analisarem as três lógicas da esquerda contemporânea, eles estão descobrindo as formas de relação que é possível se estabelecer entre elas e, dessa forma, desenvolver formas de conceber a colaboração e a complementaridade entre elas.
Da relação entre as lógicas, estabelecem um ferramental para olhar o funcionamento (cheio de tensões, incompletudes, redundâncias, etc.) das organizações de esquerda contemporânea. Para tanto estabelecem quatro condições necessárias (primazia do múltiplo; recorde prático; ecologia de organizações; misturas e estabilidades) para reconhecer que há um conflito entre as lógicas que estabelece um campo de relações dinâmicas que se articulam a partir de diversas abordagens. Eis outro grande mérito do livro: as contradições entre as lógicas não é mais apenas uma contradição teórica que forma a concepção mais aderente ou não a uma lógica ou outra: as contradições teóricas são expressões das contradições reais e efetivas de relações sociais em geral. Como escrevem os autores, “o interior [de uma organização] pode ele mesmo ser efeito de relações externas” (p.143). Dessa forma, para Tupinambá e Paraná seria impossível pensar a coesão interna de uma organização se não se considerar a realidade do mundo e como essa complexa relação se estabelece. De modo análogo, uma organização vai se tornar tão mais pertinente para a transformação do mundo quanto for capaz de pensar e realizar respostas comensuráveis à essas situações.
A terceira e última seção é dedicada a pensar como o quadro analítico pode servir para interpretar as transformações no espaço democrático brasileiro e como as transformações sócio-econômicas do capitalismo contemporâneo produzem efeitos na organização coletiva, na forma de militância e no pensamento emancipatório.
Outra grande contribuição do livro – que aparece logo no subtítulo da obra – é dar ênfase na transformação da dinâmica de socialização do capital e como isso produz novos problemas para uma organização de esquerda. A identificação de uma “periferização do mundo” obriga a um ajuste nas interpretações da realidade e nos meios de transformação do mundo até então disponíveis. Afinal, se o capital era responsável por instaurar sua forma de dominação abstrata mas, ao mesmo tempo, criava uma certa homogeneidade a partir da qual seria possível “politizar as massas”, hoje nosso tecido social é fragmentado. Assim, podemos chegar a conclusão que a fragmentação das esquerdas identificada em diversos diagnósticos não é tão somente uma questão do interior do campo da esquerda, mas é um dado do mundo concreto: a destruição do mundo do trabalho, o principal agregador social do passado, produziu fragmentos dispersos que já não estão ligados entre si. São diversas normatividades coexistindo que acaba sendo preciso interagir para produzir algum efeito de transformação dessa realidade. Diante do desenvolvimento das contradições internas do capital, esse terreno social – que era exclusivo das periferias – tende a se generalizar. A condição periférica que vivemos produz uma relação exteriorizada entre os grupos sociais sem uma unidade social comum, a não ser a circulação do equivalente monetário. Tupinambá, em diferentes ocasiões, se refere a esse fenômeno como uma transformação no terreno onde atuamos, e não necessariamente pelo fato de estarmos lidando com um novo ator mais poderoso ou articulado. A mudança no terreno social transforma o conteúdo do conflito social. Para se manter pertinente à realidade, seria necessário, então, compreender essa mudança e se atualizar em relação a essa. Por isso essa parte do livro é chamada de Análise do terreno. Trata-se de tentar compreender como esse terreno se encontra para, a partir desse mapeamento, a atuação na realidade seja mais efetiva.
Ao compreender as transformações do terreno, descobrimos também que a crise que vivemos não é apenas a crise do instrumento político (o partido, o movimento, a eleição, a ação direta, etc.). Trata-se, na verdade, de uma inconsistência de todo o modo de compreender e agir no espaço político, desconhecendo as transformações que alteraram as causas, efeitos e determinações da prática política. Como escrevem: trata-se de uma “crise vivenciada em nossa capacidade de mapear as forças sociais e políticas”.
Nosso mapeamento do espaço social e político está defasado, precisamos também admitir que não temos ferramentas para conceber com clareza as estruturas sociais que organizam o nosso predicamento. Não sabemos muito bem representar o que queremos, nem como avaliar quais os meios mais adequados para irmos em sua direção (p.199)
Paraná e Tupinambá, dessa maneira, dão aos leitores uma enorme contribuição para pensar nesse problema: parece ser a condição para qualquer forma de organização de esquerda compreender onde vai atuar, com qual realidade vai interagir. Para além do catastrofismo iminente, da formação de guetos radicalizados e da gestão da barbárie à esquerda, é preciso compreender o campo que organiza as ações à esquerda. Assim, a proposta de “investigar a situação das esquerdas no contexto de periferização generalizada” não poderia ser mais bem-vinda.
Olhando para diferentes momentos da política recente brasileira (Junho de 2013, Impeachment de Dilma Rousseff, eleição de Jair Bolsonaro), Tupinambá e Paraná sugerem que a dificuldade de organização é decorrente de um desamparo cognitivo no campo da esquerda resultado dessas acontecimentos políticos estarem codificados para uma gramática desatualizada. É preciso desenvolver novas formas de mapear o espaço político que atuamos mais condizente com a atual condição histórica marcada pela fragmentação social característica do novo terreno social que habitamos. Ou seja, o processo de periferização do mundo reconfigura as condições de organização. Uma organização será tão mais eficiente quanto conseguir compreender o que se passa nesse contexto de fragmentação.
Por isso há uma insistência por parte dos autores em olhar para a esquerda a partir da prática cotidiana. Isso não significa usar o cotidiano das massas para, mais uma vez, criar uma grande força mobilizadora que parta das mesmas chaves. O que os autores estão sugerindo é assumir um ponto de vista do posicionamento concreto de diferentes tendências em relação às esferas da vida econômica e política que a prática da esquerda busca afetar. Assim, pensar a organização política a partir de um outro ponto de partida poderia produzir efeitos para recolocar a problemática da esquerda em um outro lugar – talvez mais pertinente para responder às questões de nossa época.
O momento presente, argumenta a dupla, transformou o tecido social a tal ponto que “impôs à própria esquerda, de forma ampla, a tarefa de pensar e produzir as condições econômicas e subjetivas da militância” (p.209). Pensar uma organização política de esquerda, portanto, envolve considerar questões como os custos envolvidos na ação de se organizar politicamente. Então uma série de questões “supostamente menores”, como os custos econômicos, mas também os custos psíquicos que são criados ao se organizar coletivamente fazem parte da organização. Significa um olhar que parta, antes, da relação entre o ambiente interno à organização e o ambiente que a organização atua. E dessa relação, de se pensar e atuar formas mais pertinentes e coerentes de interação organização-realidade social, se produz um certo conhecimento sobre ambos. Ou melhor, se produz “novos problemas, novas angústias pelas quais devemos aprender a nos responsabilizar”(p.199). Mas são esses problemas que valem a pena. Como escreveu Tupinambá em um dos textos da primeira parte do livro, a tarefa da esquerda é primeiro tomar o controle dos meios de produção dos nossos problemas.
Os autores estão, assim, preocupados em apresentar a hipótese de que, além de politizar um certo sofrimento, indignação ou demanda social, hoje é preciso ainda se ocupar das condições materiais para que esse processo político possa efetivamente se conectar com outros movimentos organizações é uma possibilidade que nos obrigaria a pensar profundamente o que significa se organizar politicamente e como podemos avaliar o sucesso ou fracasso de nossas ações (p.222)
Isso porque essas questões são elementos relevantes para avaliar se uma dada organização está à altura dos desafios de atuar no terreno social contemporâneo, uma vez que tais questões atravessam as divisões ideológicas das diferentes correntes e frações da esquerda. De tal maneira, Paraná e Tupinambá oferecem nas páginas do livro um importante exercício, diferente do que normalmente se encontra nas análises políticas sobre a situação da esquerda hoje. Ao construir um modelo analítico das diferentes lógicas de atuação da esquerda, os autores elaboram uma gramática para falar do problema da fragmentação da esquerda que não é apenas descritivo, mas permite construir entre fraturas. Afinal, não estão preocupados em prescrever um “O que fazer?” – como a consagrada pergunta retórica de Vladimir Lenin. Eles não têm um plano para nos salvar da desgraceira que se converteu o terreno social brasileiro. A preocupação dos autores é mais com a pergunta: “como fazer?” Como se elabora os meios adequados para pensar e agir no mundo contemporâneo? Essa é a questão que os autores oferecem uma relevante contribuição.
Os autores seguem a tradição beckettiana de partir dos erros para fazer novamente e errar melhor. Se o terreno social se converteu num complexo quebra cabeça fragmentado, é olhando para nossos erros que podemos acertar – desde que os erros cometidos sejam do tipo que permitam algum aprendizado sobre a realidade. No final das contas, esse é um livro que ensina como errar melhor. O que, dada nossa situação, não é pouca coisa.
Thiago Canettieri é professor do departamento de urbanismo da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), membro do grupo CRISES – Crítica, Sociedade e Espaço e do grupo TRAGÉDIA – Trabalho, Geografia e Dialética e pesquisador do Cosmópolis (UFMG – CNPq) e do Observatório das Metrópoles (Núcleo RMBH – INCT/CNPq).