Da calamidade à retomada do desenvolvimento
O pífio crescimento da economia brasileira desde 2017 é parte de um projeto, condição para manter o desemprego elevado e pressionar os salários para baixo. Já as mudanças nas regras fiscais abriram caminhos para a privatização de serviços públicos universais. Afora essa parte que “deu certo”, o governo Bolsonaro acumula fracassos mesmo para os empresários. Esse pesadelo está próximo ao fim, porém a vitória nas urnas foi apenas um pequeno passo diante dos desafios econômicos e políticos colocados
A economia brasileira encontra-se em situação calamitosa. Em parte, é fruto de um desarranjo da condução desastrosa de Bolsonaro/Paulo Guedes, mas, sobretudo, em seu aspecto fundamental, é constructo de um projeto. A famosa frase de Romero Jucá quando da ascensão do golpista Michel Temer, “estancar essa sangria”, não se devia somente às denúncias de corrupção. Podemos apreender o golpe de 2016 como o estancamento da sangria do conflito distributivo, especialmente na dimensão salarial. Pela dinâmica do retorno ao crescimento econômico, baixo desemprego, liberdade e fortalecimento do movimento sindical e avanço das políticas de transferência de renda e política de valorização do salário mínimo, os governos Lula e Dilma haviam criado condições para que a parcela referente aos salários subisse de forma mais acelerada na renda nacional em relação à fatia que cabia à renda do capital. Com o desemprego baixo e o soerguimento do movimento sindical – selado na explosão…