Da colonização à anexação
Apesar da nova condenação no Conselho de Segurança da ONU em dezembro de 2016, o governo israelense continua encorajando o confisco de terras palestinas. Um recente projeto de lei em discussão no Knesset abre as portas para a incorporação definitiva de postos avançados das colônias. Sua adoção compromete gravemente os objetivos dos acordos de Oslo de 1993
A única coisa previsível em Donald Trump é que ele será imprevisível.”1 Pertinente no mundo inteiro, essa reflexão de Noam Chomsky não o é tanto em se tratando do Oriente Médio. Três posturas do candidato republicano balizam sua futura política presidencial perante o conflito palestino-israelense: a promessa de transferir a embaixada dos Estados Unidos de Tel-Aviv para Jerusalém;2 a recusa em considerar a colonização dos territórios ocupados desde 1967 como um obstáculo ao processo de paz; e a decisão de não pressionar mais o governo israelense para que negocie. Duas nomeações parecem igualmente significativas: a do genro do presidente, Jared Kushner, que ampara financeiramente os colonos, para o cargo de “alto consultor na Casa Branca”; e, para o cargo de embaixador em Israel, David Friedman, que preside os Amigos de Bet El, um antigo assentamento judaico da Cisjordânia. O diplomata improvisado logo exprimiu sua “pressa” em trabalhar “na embaixada norte-americana…