Diante da tragédia, o movimento negro reage, em nome da maioria
Apesar da pouca repercussão das ações do movimento negro, é deste lugar que se vê uma importante mobilização pela vida no contexto de barbárie que vivemos
Quando, em 18 de outubro de 2018, ocupamos o Teatro Oficina em São Paulo, com mais de mil pessoas para o debate “No país da escravidão, de que fascismo falamos?”,1 o combinado foi o seguinte: “Temos de operar um milagre nesta semana e meia. Temos de derrotar Bolsonaro nas urnas. E depois, se tudo der certo e vencermos a eleição com Haddad, voltamos a nos encontrar para pensar o que virá, porque podemos até vencer nas urnas, mas o fascismo não voltará para o armário, teremos de lidar, conviver com ele. Temos de nos preparar para enfrentá-lo”. Como sabemos, não rolou milagre. Perdemos nas urnas. Bolsonaro foi eleito. E, sim, tivemos de lidar com ele, com seu governo e com o fascismo que passou a brotar em todas as esquinas, feito erva daninha. Levamos a sério a promessa daquela noite memorável e histórica para o movimento negro de São Paulo.…