Elogio do decrescimento
A retomada da economia mundial tranquiliza meios de comunicação, investidores e políticos. Mas a volta ao crescimento anterior poderá garantir de forma sustentável o futuro da humanidade? Entre os que recusam esse modelo, existem aqueles que defendem o decrescimento como uma nova abordagem dos desafios ambientais, sociais, culturais e democráticos
Uma plataforma internacional de debates fecundos gira, hoje, em torno da noção de decrescimento.1 Por razões ambientais evidentes, a possibilidade de crescimento infinito em um mundo finito não pode mais dar ilusão. Em um mundo desigual, produtivista e consumista, o “sempre mais” atinge seus limites. O decrescimento abre, segundo seus defensores, perspectivas de justiça social, de emancipação e de alegria de viver. Do ponto de vista deles, o crescimento tal como é mensurado, hoje, pelo aumento anual do valor agregado constitui uma aberração física, pois está diretamente correlacionado com a produção e o consumo. Seja vermelho, verde ou negro, sustentável e inclusivo, sua busca perpétua lhes parece absurda: 3% de crescimento por ano leva a dobrar nossa produção (e nosso consumo) a cada 24 anos. Nesse ritmo, em um século, produziríamos dezoito vezes mais do que hoje. O bom senso diria para desistirmos dessa busca que esgotou os benefícios de…