Ensino híbrido: adequando a educação ao mercado
A demanda das escolas por serviços tecnológicos e a incorporação desses recursos contribuem para a exponencial valorização das empresas de tecnologia enquanto favorecem a piora da desigualdade educacional e social
Na crise causada pela pandemia, o capital intensificou sua cobiça pela educação. O deslumbre pelo lucro com o “meganegócio da educação”, já revelado em 2002 pela revista Exame (1º abr. 2002), tornou-se maior. O ensino híbrido (blended learning) ampliou as fronteiras de oportunidade de negócios no campo educacional. As escolas agora se veem impelidas a incorporar recursos tecnológicos às suas propostas pedagógicas. Métodos tais como aula invertida (flipped classroom), aprendizagem baseada em projetos (Project Based Learning), gamificação, apps e personalização das atividades ao perfil dos alunos por meio de dispositivos digitais passaram a nortear todas as escolas. Mas quem lucra com isso? Apesar de os proponentes, defensores e teóricos do ensino híbrido acertarem em algumas críticas sobre a educação, as soluções apresentadas por eles não são capazes de superar os problemas estruturais de nossa sociedade. Pelo contrário. Apenas atualizam e adequam os métodos de ensino ao capitalismo, dissimulando as contradições…