Europa militarizada, uma bomba contra as políticas sociais
Antes colocada no centro dos grandes projetos europeus, a crise climática desapareceu rapidamente dos discursos. Os dirigentes do Velho Continente escolheram alimentar outra ambição: investir maciçamente em defesa para enfrentar a Rússia e satisfazer as exigências de Donald Trump. No entanto, com a economia desacelerando, quem pagará o preço desse keynesianismo militar?
De repente, a vertigem. Para os dirigentes das nações e instituições europeias, a eleição de Donald Trump produziu o efeito de um salto de bungee jumping... sem elástico. Em 9 de fevereiro, o presidente norte-americano republicou sem comentários em sua rede Truth Social uma citação de Vladimir Putin a respeito desses dirigentes: “Vocês verão, todos logo estarão aos pés do mestre, abanando suavemente o rabo”. Trump gosta de humilhar o Velho Continente – um espaço que, a seus olhos, é decadente, povoado por sibaritas gastadores e jansenistas mercantilistas que se recusam a pagar um preço justo pelo guarda-chuva militar norte-americano. Além disso, o retorno do “America First” e de certo isolacionismo aniquila a única garantia que tornava compreensível o engajamento incondicional de Bruxelas ao lado da Ucrânia em sua guerra defensiva contra a Rússia. Sem o apoio financeiro e militar dos Estados Unidos, as bravatas de Ursula von der Leyen…