Guatemala, uma universidade contra o Estado
Convidados a formular a lista dos países que, segundo eles, mostraram-se os mais determinados zeladores do neoliberalismo, poucos observadores mencionariam o Estado guatemalteco. No entanto, no coração de sua capital está uma universidade privada de renome internacional entre os neoconservadores. Ela foi criada por um ex-membro dos esquadrões da morte que desejava continuar sua luta, mas por outros meios
O acesso ao coração da universidade privada Francisco Marroquín (UFM) – com o nome de um bispo da Guatemala no século XVI – é pela Passagem das Estelas, uma alameda ladeada por réplicas de monumentos funerários maias e maciços de flores. Abaixo, belos sedãs descansam no estacionamento. Passada a residência dos estudantes, estandartes exibem: “Bem-vindo à Casa da Liberdade!”. Neste epicentro festivo e chique da Cidade da Guatemala, afastado da “zona viva”, a tranquilidade reina como em poucos lugares da capital do país. Elegantes e sem excessos, os edifícios de tijolos vermelhos – material incomum em uma cidade inchada de concreto – harmonizam-se com a profusa vegetação dos jardins. Um refúgio para cerca de 3 mil estudantes, distribuídos em uma quinzena de cursos: Ciências Econômicas, Direito, Relações Internacionais, mas também Cinema e Artes Visuais, Psicologia, Educação e Nutrição. Por sua vez, a universidade pública San Carlos contava, em 2023, com…