Imperialismo da virtude
A coexistência de um Senado controlado pelos democratas e de uma Câmara dos Deputados em que os republicanos serão majoritários não abala a política externa dos Estados Unidos. Poderia até revelar uma convergência entre o militarismo neoconservador e o neoimperialismo moral
A coexistência de um Senado controlado pelos democratas e de uma Câmara dos Deputados em que os republicanos serão majoritários não abala a política externa dos Estados Unidos. Poderia até revelar, a quem não o soubesse, uma convergência entre o militarismo neoconservador da maior parte dos eleitos republicanos e o neoimperialismo moral de um número cada vez maior de democratas. Isso não é novo. Em 1917, o presidente democrata Woodrow Wilson envolveu seu país na Primeira Guerra Mundial, caracterizada por rivalidades imperiais, alegando que agia assim para “garantir a democracia na Terra”. Isso, porém, não o impediu de ser ao mesmo tempo simpatizante da Ku Klux Klan. Mais tarde, durante a Guerra Fria, republicanos e democratas se sucederam na Casa Branca a fim de defender o “mundo livre” do comunismo ateu, o “Império do Mal”. Desaparecida a União Soviética, foi a vez da “guerra contra o terrorismo”, que, conforme garantiu…