Impostos, conjuntura e mudanças climáticas
A reforma tributária permite algumas mudanças, mesmo que limitadas, nas políticas econômicas que trouxeram o Brasil à posição nada gloriosa de sétimo maior poluidor mundial. Contudo, em um presidencialismo de coalizão, não se faz uma reforma que vem sendo adiada por décadas sem negociações
O Brasil e o mundo já sentem os efeitos das mudanças climáticas, agravadas pelo El Niño. Como disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em audiência recente no Congresso, essa realidade não mais está batendo à porta, ela já abriu a porta e está na sala de estar das pessoas. Casas alagadas, deslizamentos, seca, ondas de calor e fumaça atestam que não estamos mais tratando de uma agenda de cientistas, mas da realidade vivida por milhões de brasileiros. Em paralelo, o Brasil está em via de concluir, com a reforma tributária, um dos processos mais estratégicos para seu desenvolvimento e para o cumprimento de sua Constituição e metas climáticas. Adiado desde antes da Constituinte, esse processo deve ser celebrado, pois o país vai melhorar o ambiente macroeconômico nas próximas décadas. Por outro lado, cabe à sociedade avaliar criticamente quanto fomos coerentes com nossas aspirações, necessidades e compromissos de justiça…