A nova “fábrica do mundo”?
A vontade de Washington de limitar as trocas comerciais com a China apresenta uma dificuldade considerável para as multinacionais, cujos modelos econômicos levam em conta, há muito tempo, a existência do gigante asiático. Elas achariam suficiente voltar-se para a Índia?
Em dezembro de 2023, as autoridades locais anunciaram que a empresa taiwanesa Foxconn – principal produtora dos iPhones da Apple – acrescentou US$ 1,67 bilhão a seu investimento inicial de cerca de US$ 600 milhões em uma fábrica em Bangalore, no coração do Vale do Silício indiano. A notícia explodiu como uma bomba. O primeiro-ministro Narendra Modi conseguiria então fazer de seu país o novo “centro mundial da fabricação de sistemas eletrônicos”, como gosta de repetir? Não resta dúvida: Nova Déli se aproveita de um vasto movimento de de-risking, uma estratégia cuja face econômica incita as empresas a limitar sua exposição ao “risco” chinês e cuja face geopolítica pretende “conter” a ascensão do Império do Meio. A crermos nas mídias, todas as condições estariam reunidas para uma “grande substituição” asiática. A Índia se tornou a terceira economia mundial (medida em paridade de poder de compra) em 2022, ultrapassando o ex-colonizador…
Na verdade a China continua sendo o país mais populoso do mundo, visto que as cidades de Macau e Hong Kong e a província de Taiwan são chinesas, embora a ONU apresente-as em separado nas estatísticas como se fossem países independentes, o que em hipótese alguma o são. Assim a população chinesa total é de 1,44 bilhão de habitantes.