Jornalismo, silenciamentos e consensos fabricados
Como mecanismo de controle, as mídias comerciais agem como ferramentas sociais para a produção de consensos. Para legitimar suas expressões de poder, grande parte de suas ações ancora-se na farsa da ideologia burguesa da liberdade de expressão e “da cultura de liberdade na prática da autonomia”
Comunicação, cidadania e democracia estão diretamente interligadas. Os regimes democráticos têm como pressuposto fundamental a liberdade de expressão. A arena na qual a democracia se forja é o espaço social construído com base em fluxos comunicacionais estabelecidos entre diversos sujeitos, cada vez mais mediados por veículos e tecnologias de comunicação. O reconhecimento da pluralidade, bem como de suas tensões e complementaridades, como inerente às práticas democráticas se faz igualmente por meio de processos simbólicos tecidos no cotidiano das representações midiáticas, nas quais é possível reafirmar direitos e deveres partilhados entre os indivíduos. É nessa dialética que se constrói e se valida a cidadania. A comunicação é, portanto, elemento político que cimenta nossas relações no dia a dia, sendo também campo de uma intensa disputa de poder. A política da grande mídia comercial brasileira, concentrada, oligopolista e assentada num ideário colonial, manifestada em suas narrativas dos fatos considerados relevantes, é um…