Madri, a nova Miami?
Desde meados dos anos 2010, latino-americanos ricos, especialmente venezuelanos, escolheram se instalar na capital espanhola. Isso se soma à chegada simultânea de centenas de milhares de seus compatriotas menos afortunados, que vieram ocupar os empregos mais precários ou abrir pequenos negócios. Entre eles, um potencial de futuros eleitores que a direita procura atrair
Calçadas imaculadas, grandes avenidas abertas e arborizadas, transeuntes elegantes, restaurantes refinados... O bairro madrilenho de Salamanca, onde a renda média coloca seus habitantes no 1% mais rico da Espanha, exibe os atributos habituais dos belos distritos de uma capital europeia. Esse reduto da alta burguesia, cuidadosamente poupado das bombas de Francisco Franco durante o cerco à cidade entre 1936 e 1939, agora recebe uma nova população estrangeira igualmente abastada. “Cerca de 5 mil venezuelanos ricos estão em Salamanca”, explica-nos David Placer, que se apresenta como “jornalista independente especializado na comunidade venezuelana”. Juan Carlos Gutiérrez é um desses homens abastados. Ele nos recebe calorosamente em seu novo restaurante, o Impero. Os detalhes são cuidadosos, assim como esse advogado criminalista agora especializado em direito internacional relacionado aos direitos humanos, tanto no setor privado como na Corte Penal Internacional (CPI). Cozinha aberta, chefs italianos, ópera cantada por um artista da Guiné Equatorial, atmosfera…
“Como alardeia sarcasticamente o meu primo, farranchos bacanalescos com dinheiro público, são uma maravilha!” Recuperar ativos do estado venezuelano, é um eufemismo para roubar o dinheiro do estado venezuelano para bancar a boa vida desses burgueses que se dedicam a vida inteira a saquear os cofres públicos de seus países de origem para curtir a boa vida em Miami ou Madrid!