Menos tropas, mais drones
Ao completar a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, o presidente Joe Biden mostrou que não cederia às pressões dos “falcões”. Não é mais o momento de posicionar efetivos militares em guerras de longa duração. Isso não significa que os Estados Unidos estejam se inclinando em direção ao pacifismo. Longe disso…
Contrariando os que defendiam a permanência de tropas norte-americanas no Afeganistão, Joe Biden arregimentou contra si uma ampla frente que vai dos belicosos tradicionais, ávidos por afirmar a supremacia dos Estados Unidos, aos “intervencionistas liberais”, que se dizem preocupados com a sorte das mulheres afegãs. Todavia, Biden não é nenhum pombo da paz, como se pode ver muito bem por sua carreira política. Ele se limitou a encerrar uma operação que nem impedira os talibãs de ganhar terreno nem evitara o surgimento de um braço regional do Estado Islâmico (Estado Islâmico-Província de Khorasan, EI-K), bem mais ameaçador para os Estados Unidos que os talibãs. A queda do governo afegão e o caos trágico que acompanhou a fase final da retirada das tropas norte-americanas – e aliadas – de Cabul foram, ainda assim, um fecho conveniente para o ciclo de vinte anos de “guerra contra o terrorismo” inaugurado pela administração de…