Miscelânea
GOVERNO DE MORTES: UMA ETNOGRAFIA DA GESTÃO DE POPULAÇÕES DE FAVELAS NO RIO DE JANEIRO Juliana Farias, Papéis Selvagens A obra de Juliana Farias é um passo determinante das pesquisas sobre violência de Estado no Brasil. As duas principais características desse avanço se dão pelo estatuto metodológico dado ao “objeto” de sua pesquisa e, por consequência, à inovadora perspectiva de Estado que esse tipo de método possibilita. Farias se relaciona de maneira crítica com uma tradição de trabalhos acadêmicos sobre favelas, sobretudo os que abordam favelados como “outros periféricos”. Por meio dessa crítica, percebe-se uma torção de sentido: seus interlocutores – coletivos de familiares vítimas da violência de Estado no Rio de Janeiro – são tratados como alianças táticas para lançar luz sobre uma engrenagem estatal que não lhes seria acessível dentro do cotidiano branco e de classe média de sua origem. Desse modo, abandona-se o estatuto do favelado enquanto…