Nem de direita nem de esquerda, mas uma agenda democrática
Temos um quadro abastecido por discursos populistas, retroalimentados pelo medo legítimo da população, e que dão lastro para que políticas de segurança ineficientes e mais violentas sejam colocadas em prática, num círculo vicioso que alimenta a segurança pública no Brasil
Quando pensamos nos discursos e nas políticas de segurança pública adotados no Brasil, quais atores e políticas vêm à cabeça? Listo aqui o que, muito provavelmente, habita nosso imaginário quando buscamos responder a essa pergunta. Operações policiais que geram dezenas de mortes nas favelas cariocas encabeçadas pelo governador Cláudio Castro (PL); ou, então, o duro discurso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), opondo-se ao uso de câmeras nas fardas dos policiais e afirmando que naquele estado bandido não se cria. Também vem à cabeça o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mandando as organizações de direitos humanos irem para a ONU ou para o “raio que o parta”, quando houve o intenso debate sobre letalidade policial nas operações policiais chamadas de Escudo e Verão na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Não é de hoje que a agenda da segurança pública é pautada por discursos e práticas…