“No entanto, ela se move”
O conservadorismo sabe do papel político dos conteúdos escolares e elege a escola como sua inimiga. Isso mostra que o que ensinamos pode ter impacto no modo como os alunos pensam, sentem e veem o mundo. Em outras palavras, ter uma escola que ensine conhecimento científico, artístico e filosófico não é algo menor; trata-se de algo temido pelo bolsonarismo
O que a escola deve ensinar? Essa pergunta está longe de ter respostas fáceis e não passa despercebida pelo debate público. Por exemplo, são muitas as publicações na internet que, em forma de memes, insistem em dizer: “Mais um dia se passou e eu não usei a fórmula de Bhaskara em nada na minha vida”. O debate sobre que tipo de conhecimento e como ele deve aparecer na escola é antigo, e as escolhas feitas têm estreita relação com o sujeito que queremos formar. Sim, toda nação (e cada escola) tem um projeto político-pedagógico; portanto, dizer quem queremos formar e para que é responder também sobre o que queremos ensinar na escola. O conservadorismo sabe do papel político dos conteúdos escolares e, não à toa, elege a escola como sua inimiga. Em uma fala recente,¹ Eduardo Bolsonaro comparou professores a traficantes, afirmando que um docente doutrinador causaria discórdia na família, já…