No país onde “the gun” reina
Em uma canção de Johnny Cash, uma mãe implora em vão que o filho não “leve as armas para a cidade”. Um sábio apelo que quase 50 milhões de norte-americanos ignoram. Embora a maioria deles seja constituída por republicanos conservadores interessados em defender a Segunda Emenda da Constituição, que lhes garante o direito de portar armas, a estes se unem muitos democratas e progressistas que passaram a se engajar no princípio da autodefesa
Com um movimento rápido e enérgico, a bala é carregada acionando a culatra. Com a arma firme na mão, ambos os braços estendidos, cano apontado para o alvo, o olho orienta o alinhamento das miras frontal e traseira. Em seguida, com a respiração calma, o dedo indicador pressiona delicadamente o gatilho. Então, em uma fração de segundo, o universo explode: o cartucho é ejetado lateralmente, a detonação estala os tímpanos, apesar dos protetores de ouvido, e a força do coice impulsiona a parte superior do tronco para trás, enquanto o cano se eleva cerca de dez centímetros. Após a explosão, o mundo se resume ao cheiro acre e penetrante da pólvora. Usando binóculos, Sandra examina o alvo instalado em um suporte de madeira plantado no terreno árido do campo de tiro. Com um grande sorriso no rosto, coloca na mesa seu Smith & Wesson MP Shield calibre 40 e exclama:…
A matéria faz um quadro perfeito da sociedade humana muito bem representada pelo barbarismo de um povo que sendo na verdade inferior, se acredita superior. Como superior se a qualquer momento pode ser explodido, esfaqueado, alvo de carro em disparada? A propósito, tenho aqui ao lado um livro chamado Muda Brasil, de um tal de Eduardo Diogo, que apesar do nome, da primeira à última página versa sobre os Estados Unidos. Já se fazem tempos de nosso país tomar vergonha na cara.