O encolhimento geopolítico do Brasil
Doutrina geopolítica nacional é diametralmente oposta ao que está sendo exercido em política externa durante o governo Bolsonaro em geral – e, em particular, no caso da retirada do Brasil da Unasul
O governo Bolsonaro é formado quase majoritariamente por militares da ativa e da reserva, chegando, em 2020, a contar com 43% de militares em cargos comissionados, de acordo com o Tribunal de Contas da União. Constantemente, jornalistas e especialistas questionam o grau de influência de militares nas decisões do governo. Em relação à política externa, supor que as decisões estão centradas somente no presidente, no Itamaraty e na assessoria de Relações Internacionais da Presidência seria equivalente a supor que o governo de Bolsonaro toma decisões diplomáticas relevantes minimizando, por exemplo, as opiniões da Inteligência de seu Gabinete de Segurança Institucional ou do Ministério da Defesa, todos chefiados por generais. Diante da baixa probabilidade de os militares não serem escutados em governo formado quase majoritariamente por oficiais, nota-se uma contradição particularmente na decisão de retirar o Brasil da Unasul: a formação geopolítica que receberam ao longo da carreira – iniciada durante…