O embate da opinião pública brasileira no conflito Israel-Palestina
É fundamental reconhecer que a mídia se estabeleceu como um instrumento das elites dominantes, majoritariamente promovendo ideias liberais
É fundamental reconhecer que a mídia se estabeleceu como um instrumento das elites dominantes, majoritariamente promovendo ideias liberais
A guinada ultraconservadora na política externa brasileira do governo Bolsonaro constituiu um significativo afastamento dos pilares por meio dos quais o Brasil acumulou um capital diplomático ao longo dos anos. Não à toa, vencidas as tensas eleições, o governo Lula direciona muita energia à política externa como parte central de seu projeto de reconstrução da democracia
Por que Lula muitas vezes escala o tom de suas declarações de improviso em temas internacionais e age como um líder global que quer disputar a opinião pública e não como um presidente da República mais contido e protocolar?
Com visão, planejamento estratégico e investimento em áreas-chave, o Brasil poderá cumprir sua promessa como uma voz influente no cenário internacional
Aliança simboliza o esforço do atual governo brasileiro de retomar uma política externa ativa e representa uma renovação do principal objetivo da política externa energética estabelecido nos dois primeiros mandatos do presidente Lula: a criação de um mercado internacional de biocombustíveis
É sintomático que as palavras de Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU tenham servido para marcar as profundas diferenças em relação ao seu antecessor, bem como para evidenciar a volta do Brasil como ator de destaque na complexa dinâmica da política internacional
O contraste entre a política externa de Lula III com a diplomacia de Bolsonaro é brutal. A gestão alucinante de Ernesto Araújo e o reacionarismo manso de Carlos Alberto França saíram de cena, e o bordão “O Brasil voltou” é plenamente justificável. No entanto, ambiguidades na condução dos negócios externos colocam em dúvida a existência de um projeto definido na área
Retomar o protagonismo do Brasil nas relações internacionais não será uma tarefa fácil, mas o empenho do atual governo tem sido intenso nesse sentido. Como é possível notar nestes primeiros meses de governo, a diplomacia presidencial é um ativo precioso da atual política exterior e vem sendo usada por Lula para reposicionar o país no cenário internacional
Com o retorno de Lula à Presidência, a geopolítica latino-americana deve se modificar em virtude da retomada brasileira da prioridade em termos de integração regional
País vive momento oportuno para se recolocar como ator relevante nas relações internacionais
Uma nova política deverá se refazer livrando-se das posturas retrógradas e conservadoras e retomando posições conquistadas na cena internacional no passado e, sobretudo, reestabelecendo uma diplomacia que esteja atenta às diversas demandas internas da população brasileira e, ao mesmo tempo, resulte de análises inteligentes do contexto internacional
Será preciso uma guerra mundial para que a grande mídia audiovisual francesa questione os candidatos à eleição presidencial de 10 de abril sobre sua política externa? Enquanto a insistência nos limites provocados pela globalização se torna uma obsessão, o tratamento dispensado a outros países não para de se degradar – tanto em tempo como em qualidade