Política externa em busca de um norte. E de um sul também
O contraste entre a política externa de Lula III com a diplomacia de Bolsonaro é brutal. A gestão alucinante de Ernesto Araújo e o reacionarismo manso de Carlos Alberto França saíram de cena, e o bordão “O Brasil voltou” é plenamente justificável. No entanto, ambiguidades na condução dos negócios externos colocam em dúvida a existência de um projeto definido na área
A política externa de qualquer país – no âmbito do Estado – envolve um sem-número de instâncias e variáveis, que começam pelos ministérios de Relações Exteriores, passam por diversos órgãos oficiais e níveis administrativos e têm na figura do/a chefe de Estado uma espécie de síntese com forte visibilidade pública. Essa personalização, em geral, tem expressivas ressonâncias internas, diante da natureza ampla e multifacetada da inserção de cada país no sistema internacional. No caso brasileiro, não apenas o Itamaraty, mas quase todos os ministérios articulam ações internacionais em planos distintos, com destaque para Fazenda, Defesa, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Saúde, Educação, Justiça, Agricultura, Cultura, Ciência, Tecnologia e Inovação, Igualdade Racial, Meio Ambiente, Turismo, Meio Ambiente e Esportes, sem contar empresas estatais, autarquias, universidades etc. Nesse cipoal, a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobressai, por meio de uma frenética movimentação além-fronteiras. A atividade de Lula nesse quesito,…