Da política externa da destruição ao retorno da integração
Com o retorno de Lula à Presidência, a geopolítica latino-americana deve se modificar em virtude da retomada brasileira da prioridade em termos de integração regional
A política externa brasileira no período de Bolsonaro na Presidência não priorizou a integração regional, enfraquecendo o Mercosul, mantendo-se fora da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e retirando-se da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac); desgastou muito o prestígio brasileiro em temas ambientais; pouco valorizou, em meio à pandemia, as articulações e organizações internacionais em temas de saúde; teve uma postura radicalmente ideológica, com atritos constantes com nosso maior sócio comercial, a China, e uma política de subserviência a Donald Trump nos Estados Unidos – a qual nem sequer significava algum tipo de aliança estratégica entre Estados.1 Essa série de posicionamentos representou um momento bastante atípico em nossas linhas gerais de conduta no Sistema Internacional. Sobre a posição brasileira no Mercosul na época de Bolsonaro, Tullo Vigevani, professor emérito de Ciência Política da Universidade Estadual Paulista (Unesp), argumenta que a situação do Brasil enfraqueceu o bloco.2 No entanto, entidades…