Em busca da retomada do protagonismo internacional brasileiro
Retomar o protagonismo do Brasil nas relações internacionais não será uma tarefa fácil, mas o empenho do atual governo tem sido intenso nesse sentido. Como é possível notar nestes primeiros meses de governo, a diplomacia presidencial é um ativo precioso da atual política exterior e vem sendo usada por Lula para reposicionar o país no cenário internacional
A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da corrida presidencial em 31 de outubro de 2022 foi a mais disputada da história democrática brasileira (50,9% para o petista contra 49,1% de Bolsonaro). Como argumenta o cientista político Guilherme Casarões (2023), o atual presidente foi eleito em meio a um país polarizado. Desse modo, entre suas tarefas encontra-se a reconciliação do Brasil por meio da reconstrução de políticas públicas desmanteladas no governo anterior e do combate à extrema direita e aos discursos de ódio.1 Sem dúvida, uma das políticas públicas que mais sofreram os efeitos da gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022) foi a política externa, cujos princípios basilares foram deixados de lado em prol de uma suposta “mudança de rumo” para eliminar o “conteúdo ideológico” dos governos petistas. Ao longo dos quatro anos de Bolsonaro, o país experimentou um retrocesso em sua projeção internacional, perdendo capacidade negociadora…