O golfe, paixão das elites quenianas
Percorrer o green, taco na mão, evitando que o swing mande a bola para o bunker, enquanto se pensa em ascensão social. Como em qualquer parte do mundo, praticar golfe no Quênia é uma questão de status e networking. As classes médias e altas, predominantemente masculinas, imitam o exclusivismo dos colonos ingleses. E a política sempre está por perto…
Em uma tarde de domingo de fevereiro de 2013, na elegante periferia de Nairóbi, Mwai Kibaki – presidente da República desde 2002 – visita o Karen Country Club. O clube foi fundado por colonos britânicos no início do século XX. Naquele dia, o prestigioso campo de golfe sedia o encerramento do Kenya Open de golfe. Criado em 1967, o torneio inicialmente servia como preparação para os campeonatos europeus. Mais tarde, passou a integrar os circuitos profissionais, que incluem competições fora do Velho Continente. No entanto, realizado no início da temporada esportiva, continua sendo um torneio relativamente secundário. Nenhum queniano jamais o venceu, e os únicos africanos a conquistá-lo foram brancos do Zimbábue e da África do Sul. Apesar disso, o evento é um momento importante de socialização para as elites quenianas. No Karen, o presidente cumpre um ritual que segue anualmente desde 1988, quando foi eleito presidente da Kenya Golf…