O modelo Meloni
Esquecidos os tumultos do último verão, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ameaçava então os italianos de represálias caso eles conduzissem ao poder Giorgia Meloni. Agora, as duas dirigentes, uma de direita, a outra de extrema direita, não economizam sorrisos diante dos fotógrafos
Esquecidos os tumultos do último verão, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ameaçava então os italianos de represálias caso eles conduzissem ao poder Giorgia Meloni. Agora, as duas dirigentes, uma de direita, a outra de extrema direita, não economizam sorrisos diante dos fotógrafos, trocam amabilidades pelas redes sociais e partem juntas em viagem para a Tunísia. A presidente do Conselho de Ministros italiano, que era chamada de “populista”, “iliberal” e “pós-fascista”, tornou-se em poucos meses uma parceira séria e ponderada. Giorgia Meloni compreendeu rapidamente a receita para operar essa metamorfose. Tão logo se instalou no Palácio Chigi, ela elaborou um orçamento de austeridade, cortando gastos sociais, e pôs em surdina suas críticas ao jugo de Bruxelas – todos itens imperativos para obter a bênção do plano de recuperação (191 bilhões de euros de agora até 2026). Ela afirmou seu apego à Otan, exigindo sanções mais drásticas contra Moscou…