Na África Ocidental, o novo pan-africanismo
No dia 6 de julho, Mali, Níger e Burkina Faso, que já haviam fundado a Aliança dos Estados do Sahel, anunciaram a criação de uma “confederação”. Rejeitando a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), considerada pró-ocidental, eles reivindicam o pan-africanismo e a defesa da soberania. Usadas em várias partes do continente, essas palavras são tão fortes quanto ambíguas
Eleito com a promessa de ruptura, foi ainda assim adornado com todos os atributos da respeitabilidade – terno e gravata azul, faixa verde da Grã-Cruz da Ordem Nacional e colar de ouro da Ordem Nacional do Leão – que Bassirou Diomaye Faye prestou juramento diante de uma plateia de chefes de Estado e governo africanos no último 2 de abril.1 O novo presidente senegalês, o mais jovem da história do país (44 anos), vencedor logo no primeiro turno com mais de 54% dos votos, manteve-se sereno no púlpito. Sem bravatas nem anátemas: seu discurso minimalista de cerca de dez minutos não difere em nada daqueles de seus pares da África Ocidental: “democracia”, “liberdade”, “progresso”, “soberania”, mas sem “ruptura” e muito menos “revolução”. Ele também não falou sobre a juventude, que o levou ao poder após uma série de manifestações reprimidas com violência pelo regime de Macky Sall (ao menos 56…