O passo a passo da destruição da Amazônia
No primeiro dia de governo, Bolsonaro editou MP para reorganizar os órgãos da Presidência e os ministérios. No segundo, um decreto reformulou a estrutura e as competências do Ministério do Meio Ambiente, desfazendo algumas das principais estruturas e atribuições da pasta. Iniciava-se, assim, o pesadelo da destruição sistemática e incessante das principais bases da política socioambiental brasileira
Entrávamos no segundo semestre de 2018, na efervescência da campanha eleitoral, quando rotineiros ataques às políticas ambientais passaram a ser proferidos pelo então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro. No mesmo período, o desmatamento na Amazônia Legal subiu 13% em relação ao ano anterior (Inpe). O aumento foi maior em Terras Indígenas (TIs, 21%) e ainda mais intenso em Unidades de Conservação (UCs, 102%), áreas nas quais o desmatamento é ilegal. “Não vou mais admitir o Ibama sair multando a torto e a direito por aí, bem como o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]. Essa festa vai acabar”, bradou, em dezembro de 2018, o recém-eleito presidente da República. A extinção do Ministério do Meio Ambiente (MMA), prometida na campanha, ao final não ocorreu – por pressão do agronegócio e de outros setores, temerosos da repercussão no mercado internacional. Em seu lugar, contudo, vimos a pasta tornar-se,…